Dos Amores

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Quando eu digo “eu te amo”

Qual seria o tipo de amor

Que nesta frase proclamo?

Qual seria o seu sabor?

 

Daí recorri aos dicionários

Para ser mais preciso

Dentre os significados vários

E não ficar mais indeciso

 

Deu mais que um: foram nove

E todos da antiga Grécia

Espero que você os aprove

E perdoe a minha inépcia

 

O Ágape é o amor divino

Aquele só temos vaga ideia

Como se fosse um menino

Saboreando uma boa geleia

 

Vem Eros, o amor romântico

Aquele que se perde a cabeça

E nos faz atravessar o Atlântico

Sem importar o que aconteça

 

Daí tem Phillia, amor lealdade

Que visa o bem do outro ser

Que é mais do que caridade

E deveria ser um dever

 

Segue Philos, amor amizade

Que a gente sempre espera

Onde não se aja com maldade

E a amizade se regenera

Storge é o amor pela família

O que é difícil de manter

Que digam os dias em vigília

Procurando a discórdia combater

 

O amor-próprio, que é Filautia

E sempre está bem mais perto

Amamos a nós com galhardia

Mesmo que o peito esteja deserto

 

Xenia é amor hospitaleiro, generoso

Quando acolhemos aquele que vem

E se espera um comportamento bondoso

De preferência sem olhar a quem

 

Pragma é amor pelo companheirismo

Unindo-nos de um modo gregário

Que não nos deixa cair no abismo

Ajudando no nosso labutar diário

 

Ludus é o amor pelo lúdico, alegre

Através de jogos, música e dança

E que desta forma se reintegre

O que em nós sempre é mudança

 

Por fim, Mania, amor obsessivo

Que sempre nos tira do sério

E a gente fica doido sem motivo

E não consegue resolver o mistério

 

Daí termos sempre muito amores

Pois, como se viu, são diversos

Nos acompanham nos estertores

E que não fiquem submersos.

 

Mariano 30/11/23

 

Joaquim Mello

joaquim.mello@terra.com.br

Publicado em 15/12/23

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