Conforme anunciamos, a Gazeta está divulgando, nesta edição, uma entrevista exclusiva com o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata (PDT). Confira.
Sobre estes seis primeiros meses de gestão do Governo Maranata, percebe-se movimentação de ajustes, buscando dar agilidade aos serviços públicos com a reunião de serviços afins. Vamos ver como isso vai funcionar na prática.
Entendo que, com algumas exceções, a equipe de governo é fraca. Há pessoas competentes fazendo um bom trabalho, mas há muita mala sem alça focada na lambança. O Maranata disse que deverá fazer mudanças na equipe somente no ano que vem, salvo se acontecer algum fato relevante que precise de troca antes. Acho que já aconteceu.
Meio Milhão
O prefeito informou que, neste semestre, economizou R$ 500 mil em relação ao Governo anterior e fez tudo o que tinha para ser feito. Então, perguntei como. Ele disse que no final do ano terá um levantamento completo, com a fonte da economia. Meio milhão! Forte, essa!
Eu entendo que o Maranata deveria explicar agora como conseguiu economizar meio milhão de reais em seis meses, fazendo a mesma coisa.
Foco no Legado
Percebi que o Maranata quer deixar um legado significativo; quer revitalizar a cidade e atrair empresas para gerar empregos. Pelo menos demonstrou que está focado nisso. Vamos acompanhar para ver se esta empolgação permanecerá até o fim.
O prefeito disse que vai desapropriar o sítio do Saladeiro Linck a fim de preservar o que resta daquele prédio histórico, com arquitetura vitoriana, e criar um espaço de lazer e cultura para a população.
Maranata ressaltou que a Corsan deveria ter vergonha do trabalho que faz na Cidade, com serviços malfeitos nas obras viárias de sua responsabilidade. Disse que, se fosse prefeito antes, não assinaria a PPP do Saneamento com a Corsan. Se esta crítica for adiante, deverá terminar a farra da buraqueira e dos remendos nas ruas, como se a Aldeia fosse a “casa da mãe-joana”. Será que agora vai?
Na conversa, durante a entrevista, o prefeito anunciou que, no dia 12 de fevereiro de 2022, quer colocar em operação o bloco cirúrgico do Hospital Regional de Guaíba para cirurgias de baixa e média complexidade. Anotei e colei no mural aqui na Redação da Gazeta.
Servidores
Questionei sobre a questão dos servidores e de como ficou seu relacionamento depois da negativa de dar a reposição inflacionária. Maranata se ajeitou na cadeira e ratificou que conceder a reposição neste ano é ilegal. Disse que entende o discurso do Sindicato, principalmente em período eleitoral da entidade, mas que não pode ir contra a legislação.
Em relação aos professores, Maranata foi cauteloso, evitou polemizar o que pôde, mas não conseguiu esconder seu descontentamento com a categoria. Destacou que existe um TAC assinado com o Ministério Público em vigor sobre a volta às aulas presenciais. Ressaltou, em tom dramático, que se fosse diretor de escola a manteria aberta para dar merenda aos que necessitam e receber quem precisa de ajuda. Ele salientou a questão do abuso de crianças, o que geralmente é captado pelos professores e, consequentemente, promove o socorro necessário. “E se fossem me prender por estar com a escola aberta eu diria: me prendam!”, exclamou o prefeito, emocionado, encenando com os punhos juntos, como se estivesse pronto para receber algemas. Momento tenso.
Gabinete do Ódio
Uma fonte ligada ao Governo Maranata me passou que pessoas próximas ao prefeito (vindos há pouco tempo do outro lado) estariam tentando criar uma espécie de “gabinete do ódio”, voltado a atacar de forma agressiva adversários políticos. Eu não duvido disso, mas não acredito que o Maranata cairia numa cilada dessa. Este tipo de estratégia bélica sorrateira é coisa de perdedor. O Maranata venceu as eleições, prometendo trabalhar pelo desenvolvimento do Município.
Apoio ao Projari
Vereadores e Prefeitura anunciaram apoio para a implantação do sistema de captação de energia solar no Projari. Então, estou acompanhando de perto como será isso. Anunciar é uma coisa, concretizar é outra.
Essa semana, o Fabrício Carvalho, assessor do presidente da Câmara, vereador João Collares, explicou como vai ser. Este ano, serão repassados R$ 50 mil para o Projari, sendo R$ 25 mil de cada poder (Executivo e Legislativo, que abre mão deste valor do seu orçamento). Serão feitos repasses em parcelas até o final de 2021.
Greve Conveniente
Pelo que apurei, a SME não tem estrutura suficiente para a realização de aulas híbridas (presencial e pela internet ao mesmo tempo) em toda a rede. Para isso, é preciso equipamentos adequados e em número suficiente, além de treinamento aos professores. Portanto, a greve se torna conveniente para a SME. Tem teatro nessa história.
Lamentável o SPMG não ter respondido à Gazeta Centro-Sul. Talvez tenha faltado argumentos.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 9/7/21