Despeço-me de cada dia enviando mensagens, geralmente de agradecimento, à própria vida, ao Universo, a Deus. Não têm textos decorados nem leituras, essas orações; são construídas pelas particularidades que o tempo e a observação me ensinaram, criadas de improviso pela emoção do momento, inspiradas pelas pessoas de bem.
Todas as noites, independente dos acontecimentos que tenham marcado as últimas horas, minha tarefa maior é reservar um tempo especial para sublimar as boas energias que andam por aí, talvez a nossa procura, enquanto caminhamos com pressa, sem a devida paciência.
Procuro acalmar o coração e tranquilizar a mente, a fim de conseguir me conectar com o alto astral que, por certo, também habita em mim, em cada um de nós. É necessário despertá-lo, dar-lhe permissão para nos lembrar do tanto que somos capazes de realizar em favor da vida.
São frequentes as vezes, em dias que sucedem cada um desses rituais, que pergunto a mim mesma para onde teriam ido as preces da noite anterior, quais barreiras por ventura precisaram ultrapassar as minhas mensagens até chegarem ao seu destino final. Gostaria de saber quais teriam sido os motivos de me fazerem adormecer em seguida, enquanto outras vezes pareceram me cobrar maior esforço e dedicação.
Tenho me questionado sobre o trajeto que cumprem as orações, desde que partem de nós rumo ao campo celestial, carregadas pela fé que fez morada na catedral erguida em nossas almas. E penso nas razões desta crença poderosa que me acompanha vida afora, na leveza de que é feita, permitindo que cumpra sua bela missão de dar conforto e mostrar que sempre há esperança.
Despeço-me de cada dia enviando mensagens de gratidão à própria vida, ao Universo, a Deus. Aprendi ainda na infância, observando o ritual materno de todas as noites. Sem textos decorados nem leituras, orações construídas pelo improviso e a emoção de cada momento.
Agradeço à vida, ao Universo, a Deus, por tudo de bom que acontece em cada dia que se encerra, mesmo que eu não consiga ver. Também pela proteção que sempre recebemos, citando os nomes dos familiares e das pessoas de bem, dou graças pelos cuidados especiais daquelas que estejam precisando mais.
Nesta sublimação de energias positivas que viajam pelo espaço da fé, agradeço pela calma que invade corações e mentes em situações que se mostram difíceis.
E na conexão com o alto astral que também nos habita, a gratidão por sentirmos o quanto podemos fazer uns pelos outros.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 20/8/21.