Gerson Junqueira Jr*
Apesar de haver um otimismo para que possamos dar fim a Pandemia da Covid-19, pode ser que esta transformação leve ainda algum tempo. Talvez, alguns anos. Isso não quer dizer que devemos nos entristecer. O mais importante é que o quadro relacionado à saúde das pessoas e a capacidade de atendimento estejam sob controle.
Para entender melhor, convém lembrarmos alguns conceitos comuns na Medicina e que se tornaram corriqueiros na mídia e nas conversas. Endemia, Surto, Epidemia, Pandemia e Colapso são termos parecidos e que são facilmente confundidos. Diferentemente do que muitos possam pensar, a transformação do quadro de “Epidemia” para “Endemia”, não está relacionada a quantidade de casos, mas, sim, a uma disseminação por determinada região. Portanto, pela sua grande transmissão em várias partes do mundo, a Covid-19 pode demorar até atingir esse ponto.
Como exemplo que ilustra esse conceito, temos a Malária que é uma doença considerada endêmica no Brasil, ou seja, está localizada em nosso território e acomete principalmente as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, pois há uma associação com o clima, uma vez que é transmitida através da picada de insetos. A África, no mundo, é o continente com maior número de casos.
O outro conceito que nos acostumamos a ouvir é o de “Surto”, e muito frequentemente é relatado em asilos ou instituições. Neste caso, há um aumento repentino de número de infectados.
Já a “Epidemia” é um grande surto que atinge uma grande região. Quando a Covid-19 foi identificada na China, por exemplo, recebeu esta classificação. Assim que ela se propagou por outros países, houve a nova denominação de “Pandemia”, no dia 11 de março de 2019. As outras “pandemias” que tivemos no mundo foram: a Gripe Espanhola, em 1918, que infectou mais de 500 milhões de pessoas e a Gripe A em 2009, que atingiu mais de 60 milhões de pessoas entre abril de 2009 e agosto de 2010.
Por fim, o colapso é o momento em que existe muita demanda e mesmo o paciente tendo convênio ou ordem judicial não consegue ser atendido seja no âmbito público ou privado.
Nós, da Associação Médica do RS (AMRIGS), estamos atuantes e atentos a todo esse cenário e reforçamos a importância de a população seguir os protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias e cuidarmos de nossa saúde, independente do quadro que estivermos vivendo.
* Gerson Junqueira Jr é presidente da AMRIGS
Publicado em 4/3/22