Universidade Estadual para formar professores

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É voz corrente que somente através da Educação o Rio Grande do Sul dará passos largos rumo a um futuro que todos nós, gaúchos, queremos alcançar. Esse é o sentimento da população, que busca nos estudos, em todos os seus níveis, muito mais do que aprendizado para compreender o mundo, mas uma possibilidade concreta de se apropriar da verdadeira cidadania.

E foi esse sentimento que nos fez tão felizes, há quinze anos, com a chegada da Universidade Estadual a Guaíba. Todos nós festejamos, enchemos corações de esperança.

Contudo, os governantes que têm ocupado o Palácio Piratini, nas últimas décadas, não mostraram maturidade suficiente para solucionar os problemas da Educação. E mesmo tendo propagandeado em suas campanhas eleitorais, o certo é que não houve compartilhamento desse sonho na mesma intensidade. Agindo como adolescentes, souberam dar respostas para tudo, exceto para as questões do próprio Estado.

O contraditório, na adolescência, é compreensível pela falta de experiência na vida adulta. Nessa fase, a gente sonha em mudar o mundo, mas não consegue arrumar a cama de tanta preguiça. Anos se passam, e ainda não sabemos o que fazer na chegada ao universo adulto. De repente, precisamos trabalhar, estudar à noite, tirar cochilos nos ônibus, jantar quando todos na casa já estão dormindo, acordar cedo. Fones nos ouvidos, seguimos vivendo e aprendendo por nossa conta e risco. Até que, certo dia chega, e somos gente grande. Compreendemos, enfim, que é impossível transformar o mundo lá fora se ainda não conseguimos arrumar a própria cama; que nada é fácil, mas muita coisa é possível se soubermos onde estamos, o que realmente queremos, precisamos e podemos fazer. Que existe a probabilidade de errarmos o caminho.

É sentimento destes pagos farroupilhas que somente através da Educação nos tornaremos verdadeiros cidadãos. Por isso ficamos tão felizes, quinze anos atrás, com a chegada da Uergs a Guaíba. Contudo, a universidade não abriu cursos de graduação nas diversas áreas da Educação onde já havia falta de professores nos Ensinos Fundamental e Médio. E por não cumprir esse importante papel na solução dos problemas educacionais do Rio Grande do Sul, pode ter colocado uma grande pedra no próprio caminho.

Ainda tenho esperança de que muitos jovens, que não têm condições financeiras para frequentar universidades privadas, possam conquistar seus diplomas em cursos de Letras, de Matemática, e de outras áreas na Uergs da minha cidade. Ajudando a resolver os problemas das nossas escolas públicas.

 

* Coluna escrita e publicada em 2017

 

Cristina André

Publicado em 2/2/24

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