Investigações da Polícia Civil do RS resultaram na desarticulação de um esquema de golpes em pessoas que buscavam adquirir sua casa própria. A Operação Doce Lar aconteceu no dia 28 de novembro, cumprindo 19 medidas cautelares, sendo dez prisões e nove de mandados de busca e apreensão.
Após o registro de ocorrência policial feito por uma vítima que teve prejuízo financeiro de R$ 85 mil, além de sofrer extorsão com graves ameaças, a Polícia Civil passou a investigar a ação dos criminosos.
Como funcionava o golpe
A pessoa interessada em adquirir o imóvel encontra o anúncio na rede social Facebook e deixa seu número de telefone. Posteriormente, um dos integrantes do esquema entra em contato e marca uma visita ao imóvel. Na data combinada, o golpista apresenta o imóvel à vítima que, convencida, acaba fechando negócio. Porém, ocorre que o imóvel pertence a um terceiro que não tem nenhum conhecimento da negociação. Inclusive, os golpistas chegam a alterar os números dos imóveis para ludibriar as vítimas.
Após realizado o pagamento, a vítima passa a ser constrangida mediante ameaça de morte para não ocupar o imóvel, sendo que os golpistas informam que o dono é um membro de facção criminosa. Com medo, muitas vítimas acabam não procurando a Polícia para reportar o caso.
Dentre os integrantes do esquema, alguns possuem antecedentes por tráfico de drogas, extorsão mediante sequestro, furto e estelionato. Um dos investigados possui mais de 20 ocorrências pela prática do “golpe da casa própria”.
Criminosos pretendiam criar uma nova facção, com estatuto próprio
A Polícia Civil do RS deflagrou a Operação Senhores do Altomonte na manhã de quinta-feira, 30 de novembro. Mais de 60 indivíduos foram presos em cumprimento a mandados de prisão preventiva e temporária. Dez mandados de busca foram cumpridos no interior de três casas prisionais, sendo uma delas de alta segurança. Medidas cautelares de sequestros de bens, bloqueios de contas bancárias e quebras de sigilo fiscal e bancário foram realizadas. Entre as cidades onde foram cumpridas ordens judiciais estão Charqueadas, Arroio dos Ratos e Eldorado do Sul na Região Centro-Sul, além de Porto Alegre, municípios da Região Metropolitana; Florianópolis (SC) e Ponta Porã (MS). Nomes não foram divulgados.
A investigação apurou, em cerca de um ano e meio, que criminosos pretendiam criar uma nova facção, com nome inédito e estatuto próprio. O objetivo era aumentar o lucro oriundo do tráfico de drogas e desviar o foco das autoridades das lideranças já identificadas.
A nova organização criminosa teria seu próprio estatuto, o qual previa, inclusive, um tribunal do crime, e pretendia reunir facções menores.
Os criminosos ostentavam poderio bélico e promoviam o comércio ilegal de armas de fogo, cujo valor variava de R$ 3 mil a R$ 100 mil. Os armamentos seriam utilizados na guerra entre organizações rivais instaladas em Porto Alegre e Região Metropolitana.
A investigação apurou que, mesmo de dentro dos presídios, os líderes da facção continuam a comandar o tráfico de drogas e o comércio de armas de fogo em suas comunidades. Conforme apurado, apenas com a venda de cocaína o grupo faturou o valor de R$ 50 milhões no período de um ano.
A Operação desencadeada na quinta-feira, 30, contou com suporte operacional de 550 policiais civis em 250 viaturas e apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Os presos foram encaminhados ao sistema prisional. Os trabalhos investigativos prosseguem para identificar e responsabilizar demais membros do grupo criminoso.
Preso estuprador de crianças em Guaíba
Em ação conjunta entre as delegacias de Polícia de Milagres (CE) e Guaíba (RS), essa semana, um indivíduo suspeito de estuprar duas crianças em Guaíba foi preso preventivamente no Ceará.
Após diligências investigativas, o suspeito foi localizado na zona rural de Milagres, no Estado do Ceará. Segundo a delegada Karoline Calegari, responsável pela investigação, crimes como estes devem receber resposta contundente por parte do Estado.
Brasil registra cerca de 7 milhões de tentativas de fraudes em 2023
Neste ano, até agora, o Brasil registrou cerca de 7 milhões de tentativas de fraudes, conforme dados do “Fraudômetro”, um contador em tempo real criado pela Serasa Experian.
“O objetivo principal é alertar e compartilhar com a sociedade sobre os avanços dessas tentativas de fraude no País e reforçar que a cada minuto os criminosos sempre buscar novas modalidades e maneiras de lucrar por meio desses golpes”, ressaltou Ana Júlia Andrade, gerente de produtos da Serasa.
A estimativa é de que tenham sido evitadas, nos primeiros 9 meses do ano no País, perdas de R$ 41,4 bilhões pelas empresas e consumidores.
“Garanta sempre que seus documentos e cartões estejam em lugares seguros, com senhas fortes para acesso aos seus aplicativos, desconfie no ambiente de compra digital, e-commerce, marketplaces de ofertas de produtos com serviços que fogem do preço padrão aplicado no mercado”, alerta Ana Júlia.
Foto: Divulgação/PC
Publicado em 01/12/23