O Recado das Urnas

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No contexto nacional, se por um lado a polarização entre Lula e Bolsonaro se confirmou, por outro o resultado das urnas revelou erros importantes, que deram margem para tentativa de manipulação. Vamos lá.

Parte significativa da grande imprensa fez campanha aberta para o Lula, com apoio de artistas carimbados. Isso só não viu quem não quis. Neste combo, uma série de pesquisas de intensão de voto que se revelaram erradas; muito erradas. Na fachada de tudo isso, a tal carta para a democracia.

 

Sobre Pesquisas

Pesquisas eleitorais funcionam e indicam de forma segura a intenção de voto dos eleitores quando feitas corretamente, de forma cientifica. Afirmo isso porque trabalho nesta área há muitos anos, com resultados positivos, afinados com a realidade. No entanto, ficou evidente que isso não aconteceu neste período pré-eleitoral do primeiro turno no Brasil.

Aqui nesta Coluna, no dia 19 de setembro, eu escrevi sobre as pesquisas que estavam sendo publicadas. Disse que as grandes diferenças entre os resultados divulgados indicavam que havia falhas importantes. Estranho é que os números favoreciam sempre o mesmo lado.

Empresas que realizaram pesquisas eleitorais erraram feio, principalmente nos Estados do RS, RJ, SP, PR e ES, tanto em relação à Presidência da República quanto para governadores e senadores. Isso não pode passar batido.

 

No Rio Grande do Sul

Onyx (PL) e Leite (PSDB) irão disputar o Governo do Estado, no segundo turno das eleições, dia 30 de outubro. A votação aconteceu na ordem inversa das pesquisas. E nesta esteira de erros, o Mourão, que aparecia em terceiro lugar, foi eleito senador pelo RS com grande margem de votos.

 

Na Aldeia

Para a Assembleia Legislativa, Deisi Maranata (PDT) fez 14.575 votos e, destes, 9.253 em Guaíba. Já o ex-prefeito e ex-deputado José Sperotto (PSDB) recebeu 12.392, sendo 6.938 na Aldeia. Cabe ao Sperotto fazer autocrítica sobre seu trabalho político.

Em relação a Deise, há duas maneiras de analisar o resultado das urnas: se considerarmos o apoio forte que ela recebeu do prefeito e dos CCs, a votação foi singela; mas se considerarmos que ela está estreando na política, a votação foi significativa, principalmente porque superou bastante o Sperotto, principal oponente.

Morador da Aldeia, só quem se elegeu foi o Luiz Marenco, que não tem muita vida social na Cidade.

A vice-prefeita Cláudia Jardim poderá se tornar a vice-governadora do RS, o que significaria um grande salto na sua carreira política. Se for eleita para o Executivo Estadual, abre um espaço importante na política local.

Apesar de o Maranata já ter se manifestado contra a reeleição, tudo indica que este discurso já foi. Segundo a Tia Alaíde, o prefeito irá tentar a reeleição, alegando que precisa de mais tempo para entregar o que prometeu.

Falando em entregas, Maranata precisa ajustar seu governo e acelerar, porque, até o momento, foi mais drone e cards nas redes sociais do que vida real. A partir de janeiro de 2023, a cobra vai começar a fumar.

 

PDT ficou pra trás

Considerando as votações de Ciro Gomes e de Vieira da Cunha, em Guaíba, percebe-se que o PDT ficou pra trás nestas eleições. A militância pedetista fechou com outras candidaturas na Aldeia, basta conferir os resultados das urnas. Isso não foi só em Guaíba.

 

A direita acordou

Uma coisa ficou bem clara neste período eleitoral: a direita acordou. Antes, os conservadores pareciam acanhados e até envergonhados. Agora, no embalo bolsonarista, a direita acordou e partiu para o enfrentamento com os esquerdistas, apontando corrupção e contradições. Estão confiantes.

Na polarização, há muita briga chula, principalmente entre fanáticos de ambos os lados, que dão a vida pelos seus políticos de estimação. No entanto, tirando esta questão passional entre abobados e focando no debate político, a direita cresceu sobremaneira, a ponto de assustar a militância de esquerda, que se achava. Agora, a turma da canhota tem que explicar a assinatura em cartinha pró-democracia ao mesmo tempo em que defende os governos de Nicarágua, Venezuela e Cuba, por exemplo.

Detalhe: não adianta correr para as redes sociais a fim de rotular o colunista. O que estou destacando aqui é fato. É inútil culpar o carteiro pelo conteúdo da carta.

 

Estamos acanhados

Para encerrar, por hora, esta análise do processo eleitoral em pauta, destaco que os resultados da votação, em geral (ver página 5), indicam que estamos acanhados em relação a lideranças.

 

Leandro André

leandro.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 07/10/22

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