O município de Guaíba investiu R$ 2,67 milhões na compra de uniformes escolares para todos os alunos da Rede Municipal de Ensino. Elogiei a iniciativa, considerando o fato de igualar socialmente os estudantes, independente da situação econômica das famílias, além de contribuir com a economia familiar em relação ao gasto com roupas. Acontece que elogiar ações governamentais é como elogiar goleiros, melhor esperar o jogo terminar.
Na semana passada, um leitor fez contato para alertar que o uso dos uniformes não estaria acontecendo conforme a proposta anunciada pela Prefeitura. Então, fui apurar e constatei que o alerta do leitor é pertinente. Muitos estudantes, muitos, não estão usando os uniformes. Diante disso, questionei a SME. Veja a resposta que recebi na semana passada, após o fechamento desta edição, e que publico a seguir na íntegra entre aspas.
“Por tratar-se do primeiro ano de implementação dos uniformes escolares, a Secretaria Municipal de Educação orienta que o uso dos mesmos seja diário, com a exceção das quartas-feiras, o dia que fica livre a vestimenta para que o uniforme passe pelo processo de higienizarão.
A Secretaria de Educação reforça que o uniforme é fundamental para garantir a segurança e identificar os alunos, porém, durante este ano, período de implementação, nenhuma escola está vetando a presença do aluno por não vestir o uniforme, entendendo que a prioridade é a criança em sala de aula. Entretanto, a partir do próximo ano, o uso será obrigatório.”
Resumo da bufa: a Prefeitura investiu pesado nos uniformes, mas, segundo a SME, por ser o primeiro ano, os alunos não são proibidos de frequentar as aulas com roupas comuns.
Trata-se de mau exemplo que o Governo Municipal, através da SME, está passando aos estudantes. Primeiro, em relação à falta de cuidado com o dinheiro público; segundo, considerando a falta de disciplina e cumprimento de regras.
O argumento da não obrigatoriedade neste ano, por ser período de implementação, é constrangedor. Se os uniformes foram doados e tem um dia especial para lavar, além dos finais de semana, não cabe período de adaptação.
Entendo que questões especiais sejam consideradas, pois elas existem, mas justificar a falta de exigência considerando o período de implementação é de cair os butiás dos bolsos.
É evidente que a prioridade deve ser a criança em sala de aula, mas o que uma coisa tem a ver com a outra se os uniformes foram doados?
Nas Arquibancadas
Neste contexto de mau exemplo, trago paro o debate a questão da fragilidade (palavra ajeitada para não ser grosseiro) do povo brasileiro em relação às questões políticas além das partidárias. O exemplo mais claro da irreflexão é observado nas arquibancadas dos estádios de futebol em todo o Brasil. Na hora da execução do Hino Nacional, um número significativo de pessoas sequer se levanta. Muitos aproveitam para entoar cânticos dos seus clubes, com comportamento histérico. Ignoram o que representam o hino e a bandeira de um país.
Nas arquibancadas dos estádios brasileiros, percebe-se muito sobre as causas dos nossos problemas.
Identificação das Ruas
Leitor fez contato para elogiar a sinalização de algumas vias com os nomes, uma antiga pauta da Gazeta. Fomos apurar para ver se a Prefeitura estava, finalmente, executando um projeto de identificação das ruas. Ver matéria nesta edição.
Seguimos à espera de um projeto abrangente, que coloque placas com os nomes das vias. Que os exemplos no Engenho e no Bom Fim sirvam de estímulo ao gestor público.
Casas da Beira
Conforme anunciei aqui na Coluna da semana passada, no dia 25 de maio, o prefeito Marcelo Maranata e o secretário Ernani Chacrinha se reuniram com representantes da Santa Casa de Porto Alegre para tratarem sobre o destino das Casas da Beira, na Avenida João Pessoa, patrimônio histórico do Município que está se deteriorando no cartão postal da Cidade, conforme reportagens que a Gazeta Centro-Sul tem publicado.
Segundo o Governo, o encontro foi produtivo, servindo de início para um futuro acordo, mas nada foi adiantado.
O fator positivo é a sinalização do Governo Municipal para o aproveitamento dos imóveis em respeito ao patrimônio público municipal. Espera-se ação concreta antes que as casas desabem. Vamos acompanhar.
Futuro(a) Prefeito(a)
No ano que vem, teremos eleições municipais para a escolha de prefeitos e vereadores nas cidades do País. Em muitos municípios, o clima político partidário já começou a movimentar os bastidores com sondagens de nomes e apoios. Aqui na Aldeia, nada. Por enquanto, o Maranata segue praticamente sem oposição, abraçando senhoras nas ruas que estão sendo asfaltadas. A Tia Alaíde está decepcionada com a falta de disputa política. Segue ansiosa, esperando uma investigação de bastidores.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 02/6/23