Esses dias, recebi a visita inesperada do meu parceiro de Gazeta Centro-Sul, Joaquim Mello. Saído da Feira do Livro, passou lá em casa e curtimos uma preciosa prosa.
Ficamos um longo tempo divagando até que, lá pelas tantas, ele fez uma pergunta impactante: “O que tu fizeste na tua vida que melhor traduz como sucesso profissional?”
Custei a ordenar as sinapses. Mas… convicto (será?!), lasquei: A participação na elaboração do arcabouço legal ambiental da constituição de 1988 e suas regulamentações.
Como de costume, fiquei prospectando a conversa e processando o papo que rolou. Foi aí que aflorou uma triste verdade: Toda essa “construção” vem sendo descontruída pelo “sistema”. Vejam o caso da Mata Atlântica! É cruel!
Lembrei, nesse momento, que sempre que participava de cursos, treinamentos ou recepção de aspirantes à luta ambientalista, eu dizia: As conquistas de um dia serão contestadas no próximo. Nessa batalha, não existe vitória definitiva! Pessimismo?! Não! Apenas preparava o espírito deles para a “guerra” que iriam abraçar. Mas, também fazia um alento, dizendo que mesmo sendo frágeis ou efêmeras nossas vitórias, a luta, por si só, é sublime… é valiosa.
Esclareço que, quando falo do desmanche do arcabouço jurídico ambiental, estou fundamentado nos meus 50 anos de serviço público, que me colocava no centro dessas questões. São fatos históricos que acompanhei e acompanho no âmbito dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Vivenciei as barbáries que fizeram com o Código Florestal, assim como a precarização da legislação e das instituições de Estado de controle e fiscalização ambiental.
É deprimente ver as pessoas “copiando” a falácia do “crescer o bolo para depois dividir”. Isso é fruto do desmanche da educação. Vejam só, a Secretaria Estadual da Educação “descobriu” que 70% dos alunos do ensino médio não conseguem entender o que leem. A capacidade de reflexão sobre nexo entre causa e efeito se extraviou por aí.
Nos anos 70, a Fundação Zoobotânica (FZB) criou um programa de educação ambiental com o lema “Conhecer para Preservar”. Ninguém ama o que não conhece! Os governos desenvolvimentistas, aqueles do Estado mínimo, extinguiram a FZB e demais instituições de pesquisa.
Dia 5 de junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. Comemorar o que mesmo?!… A Organização Meteorológica Mundial, no seu último relatório relativo às mudanças climáticas, afirmou que o aquecimento do planeta vai ultrapassar o limite de 1,5° entre 2023 e 2027. As consequências?! Leiam sobre o assunto. Pensem nisso!
Hubert Reeves, disse: “O homem é a espécie mais insana. Ele adora um Deus invisível e destrói uma natureza visível. Sem saber que essa natureza que ele está destruindo é esse Deus que ele está adorando.” Como chegamos a isso?
A defesa da natureza começa por conhecer e amar a obra de Deus. Lembrei uma frase do Papa Francisco: “A ecologia humana e a ecologia ambiental são inseparáveis.”
Por fim, qual legado estamos deixando para as futuras gerações? Proteger o meio ambiente é responsabilidade de todos. Precisamos ter uma visão global e uma ação local.
“A esperança tem asas. Faz a alma voar. Canta a melodia mesmo sem saber a letra. E nunca desiste. Nunca.” (Emily Dickinson).
Túlio Carvalho
tulioaac@gmail.com
Publicado em 2/6/23
Salve Túlio!
Que honra considerar um dos temas da nossa conversa como conteúdo da tua coluna.
Parece que o grande alento é saber que fizemos nosso melhor. Estar em paz com a consciência.
Grande abraço!
Também considero uma honra poder desfrutar da tua atenção e do teu conhecimento.
Nossa prosa estruturou uma boa provocação para nossos leitores.
Abraço
Obrigado pela parceria.
Oi irmão TULIO
O assunto é tão complexo e diversificado como a propria NATUREZA que o nosso maior ARQUITETO JESUS CRISTO O CRIADOR DESTA MAIOR OBRA DO UNIVERSO ESTA VIDA UNIVERSAL
DEUS E O SER MAIS PLENO DO UNIVERSO E NÃO AS SIAS OBRAS COMO A PROPRIA NATUREZA SEJAM ESTE deus……
Um Abraço
Parabéns….