O Governo Federal publicou no dia 18 de março, no Diário Oficial, a medida provisória que libera o saque de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Por mais que o FGTS seja um direito de todos os trabalhadores de carteira assinada, ele normalmente só pode ser utilizado em condições específicas como aposentadoria, demissão sem justa causa e na compra da casa própria. O problema é que enquanto o trabalhador não utiliza ele fica depositado na Caixa Econômica Federal, rendendo até mesmo menos que a poupança.
Essa medida do Governo vem como uma forma de combater a crise atual, a alta dos juros e o alto endividamento que estão impactando no bolso dos brasileiros.
Para os trabalhadores que optarem pela utilização dos valores, eles estarão disponíveis a partir de 20 de abril até 15 de dezembro e o crédito pode ser por meio de conta poupança social digital, o Caixa Tem. Essa renda pode vir em boa hora, mas é preciso cuidado para não a utilizar em gastos desnecessários. “Muitas pessoas usam rendas extras mesmo sem necessidade e em compras que não precisam, sem considerar sua situação financeira atual, entrando numa bola de neve de inadimplência. Infelizmente, isso é comum”, ressalta Reinaldo Domingos. De acordo com o educador, a decisão de como usar o FGTS vai depender justamente da situação financeira em que a pessoa se encontra. “Se você está em uma situação financeira confortável, a melhor orientação é tirá-lo imediatamente da conta corrente e direcioná-lo para uma aplicação que tenha melhores rendimentos”.
Caso o valor resgatado seja suficiente para quitar as dívidas em atraso totalmente, mesmo assim é preciso cuidado. Avalie se não vai precisar destes valores no futuro. Na crise é hora de planejar muito bem os gastos. Além disto, é válido negociar e conseguir descontos, diminuindo grande parte da dívida. Por outro lado, se não for para quitar 100% da dívida, é mais interessante investir o valor a fim de ter força para negociar no futuro.
Fonte: Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
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Publicado em 25/3/22