No dia 22 de maio deste ano, um homem de 88 anos foi encontrado morto em sua residência. A vítima estava com punhos e pernas amarradas, tendo a perícia preliminar apontado a causa da morte como asfixia. No assalto, bandidos roubaram dois veículos, dois televisores, uma serra elétrica e um celular.
As diligências para apurar os fatos e prender os criminosos iniciaram imediatamente após o crime de forma conjunta entre a Polícia Civil e a Brigada Militar, sendo que, algumas horas depois, o mentor do assalto foi preso em flagrante.
Os veículos foram encontrados, um “depenado”, sem as rodas e sem bateria, na Zona Rural do Município, e o outro abandonado na rótula do Bairro Alegria, depois de colidir numa mureta.
Durante as investigações, a Polícia chegou ao indivíduo que ingressou no imóvel da vítima e executou o assalto. Ele fugiu para Santa Catarina logo depois do fato e estava foragido, até ser preso no dia 14 de junho.
Trazido até o Rio Grande do Sul por uma equipe de policiais civis da DP de Guaíba, o investigado confessou o crime, relatando que o outro suspeito havia proposto o assalto, informando que a vítima residia sozinha. O combinado era o executor entrar na casa para roubar os bens e levá-los até o mentor, que iria vendê-los na sequência, dividindo os valores meio a meio.
Segundo o homem preso no dia 14, o idoso acordou e reagiu, entrando em luta corporal. Com isso, o assaltante contou que tapou a boca da vítima para que não gritasse. Disse que amarrou as mãos e os tornozelos com cadarços e, um tempo depois, constatou que o idoso estava morto. Ele informou à Polícia que praticou o roubo para conseguir dinheiro e comprar crack. O mentor do crime e responsável por se desfazer dos bens da vítima ficou em silêncio.
A Polícia Civil ainda investiga quem adquiriu as rodas e a bateria do veículo Peugeot que foi roubado.
A delegada Karoline Calegari, que presidiu as investigações, concluiu que os autores do crime responderão por latrocínio (roubo seguido de morte), cuja pena máxima pode chegar a 30 anos de reclusão. A delegada lembrou que o crime foi gravíssimo, abalando a comunidade por sua brutalidade.
Para o delegado Thiago Lacerda, que responde pela 2DPRM, a rapidez na prisão dos suspeitos e a qualidade da prova produzida contribuem para evitar a impunidade. Os presos foram encaminhados ao sistema prisional.
Combate a Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa em Dez Estados
Eldorado do Sul está entre os municípios abrangidos pela Operação
A Polícia Civil do RS deflagrou na quarta-feira, 22, a Operação Pegasus (na mitologia grega, cavalo alado símbolo da imortalidade) em dez Estados do País. A ação tem o objetivo de reprimir lavagem de capitais e de organização criminosa oriundos do narcotráfico gaúcho e seus associados distribuidores estaduais e nacionais. A investigação iniciou a partir de apreensões de fuzis e cocaína em Porto Alegre.
Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, no decorrer da investigação foram solicitadas e cumpridas 502 medidas cautelares, dentre quebras de sigilos bancários, fiscais, financeiros, telemáticos, mandados de busca, prisões, indisponibilidade de bens móveis, imóveis e ativos financeiros/mobiliários na bolsa de valores e em criptomoedas.
Quinze pessoas foram presas, cinco fora do Estado e dez no RS, além de terem sido apreendidos aproximadamente 125 mil em espécie, determinada quantidade de dólares e pesos, cheques, apetrechos e embalagens para o tráfico e três armas de fogo. Foram utilizados 400 policiais civis nos dez Estados.
A investigação, que durou um ano, apurou que duas facções gaúchas, com lideranças na Zona Leste da Capital e na Região Metropolitana de Porto Alegre, estão em associação a uma grande facção paulista, para a distribuição maciça de cocaína e maconha em solo gaúcho, bem como integrando uma rede nacional de lavagem de dinheiro do narcotráfico interestadual e à respectiva distribuição de lucros.
A investigação apontou a existência de células interligadas em dez Estados. A organização criminosa movimentou em um ano quase R$ 348 milhões.
Segundo a Polícia, o modus operandi principal da quadrilha é uma lavagem sofisticada de capitais, não fixando grande patrimônio imobiliário em nome próprio ou de laranjas, nem muitos veículos, mas usando o sistema financeiro nacional com centenas de transações bancárias diárias dissimuladas.
As cidades abrangidas na Operação são Porto Alegre, Eldorado do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Santa Vitória do Palmar, Chuí, Garopaba/SC, Matinhos/PR, Palotina/PR, Franco da Rocha/SP, Francisco Morato/SP, Ponta Porã/MS, Pouso Alegre/MG, Goiânia/GO, Salvador/BA, Porto Velho/RO e Humaitá/AM.
As empresas que tiveram provas cabais desta mescla e em investigação são do ramo de transportes e serviços de portaria. Ainda sob investigação também estão revenda de veículos, aviação, explosivos, embarcações e pescados, em nove Estados.
Segundo o diretor-geral do Denarc, delegado Carlos Henrique Braga Wendt, foi uma investigação complexa, que comprovou se tratar de uma lavagem de dinheiro sofisticada, com prova de mescla e integralização de capital em empresas, sendo a meta do Departamento focar nas grandes lideranças estaduais, onde mais de R$ 100 milhões já foram indisponibilizados e apreendidos entre 2019 e 2022.
Foto: Divulgação/PC
Publicado em 24/6/22