Diretores do Grupo Chileno firmaram protocolo de intenções com o Governo do Rio Grande do Sul para iniciar avaliações e estudos técnicos do Projeto Natureza CMPC, que prevê a instalação de um parque industrial no município de Barra do Ribeiro, com investimento de R$ 24 bilhões.
Em cerimônia realizada na segunda-
feira, 29 de abril, no Palácio Piratini (foto), o presidente do Conselho da CMPC, Luis Felipe Gazitúa, o CEO do Grupo, Francisco Ruiz-Tagle, e o governador do Estado, Eduardo Leite, firmaram protocolo de intenções para iniciar o processo de licenciamento ambiental do Projeto. Com aporte de R$ 24 bilhões, esse pode se tornar o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul.
Segundo a empresa, o Projeto Natureza CMPC está alicerçado em quatro eixos de desenvolvimento: silvicultura sustentável; infraestrutura logística; crescimento industrial; e conservação ambiental e cultural.
O município de Barra do Ribeiro, com 12,5 mil habitantes, localizado a 60 quilômetros de Porto Alegre, foi o escolhido para receber a nova unidade industrial da companhia chilena. A Fazenda Barba Negra, com 10 mil hectares, localizada a 15 quilômetros do Centro da Cidade, foi o local escolhido para executar o projeto da nova fábrica de celulose. Atualmente, o Horto Barba Negra abriga o viveiro de mudas da companhia e um centro de pesquisas de aprimoramento genético do eucalipto, além de promover estudos sobre a fauna e flora da Região.
“Nosso intuito é implementar um projeto completamente inovador e pioneiro em tecnologias de produção amigáveis ao meio ambiente, em gestão de resíduos, controle da emissão de gases e uso racional de recursos. Tudo será desenvolvido com o máximo respeito à natureza e à população do município de Barra do Ribeiro. Seremos referência mundial em sustentabilidade”, ressaltou o CEO Francisco Ruiz-Tagle.
Conforme o protocolo de intenções assinado no Palácio Piratini, a CMPC assegura que utilizará os mais altos padrões tecnológicos e adotará rigorosos mecanismos de controle ambiental. Além disso, a empresa assume o compromisso de promover um programa de qualificação de mão de obra e priorizar a contratação de fornecedores gaúchos. A expectativa é que sejam gerados aproximadamente 12 mil empregos durante as obras.
Para que o projeto possa ser colocado em prática, a CMPC encaminhou uma solicitação de Licença Prévia junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A obtenção desta autorização habilita a empresa a realizar avaliações e estudos técnicos necessários para o andamento do projeto.
Modernização Logística
No protocolo de intenções, a companhia e o Estado comprometem-se a realizar diversas obras de melhorias na infraestrutura do Rio Grande do Sul, como a duplicação de 376 quilômetros da BR-290, entre Eldorado do Sul e Rosário do Sul, e a finalização da duplicação do trecho sul da BR-116.
Ainda estão previstas obras de pavimentação asfáltica, melhorias em trevos de acesso a diversos municípios onde a CMPC possui operação florestal e a construção de novos acessos rodoviários para o Porto de Pelotas e para a Fazenda Barba Negra, facilitando o fluxo de caminhões e reduzindo o percurso em áreas urbanas.
Também fica acordada a instalação de um novo terminal de uso privado no Porto de Rio Grande, bem como obras de dragagem e de ampliação da capacidade de armazenagem e operação da CMPC nos portos de Rio Grande e Pelotas. Dessa forma, o projeto contribui com a ampliação do uso da hidrovia do Rio Grande do Sul, sendo que hoje a CMPC já é responsável por aproximadamente 44% do volume total transportado por esse modal.
A empresa atua desde 2009 em Guaíba/RS, com uma fábrica de celulose, tendo como matéria prima o eucalipto. Atualmente, essa unidade produz aproximadamente 2,4 milhões de toneladas por ano.
Publicado em 3/5/24