Praticar atividade física é a ordem desses tempos de combate ao sedentarismo, de busca por saúde. Cobranças chegam de todo lado para que façamos corridas atléticas e musculação em academias. Acho correta essa preocupação, pois há diversas alternativas, como natação e vôlei, pilates e caminhadas, dança de salão e boxe, tênis e futebol, afinal, cada pessoa deve encontrar sua própria maneira de cuidar do corpo para mantê-lo saudável.
Contudo, acredito que haja um grande equívoco em acreditar que os exercícios físicos, por si só, sejam os únicos responsáveis pela salvação dessa imensa e complexa lavoura chamada vida, que tem o cérebro no comando. À procura de harmonia com os demais órgãos, atento às palavras que habitualmente falamos, aos nossos alimentos de costume. Sobretudo, respondendo à altura do nosso entendimento sobre a importância de uma existência conectada com ações proativas que ultrapassem as fronteiras da boa aparência.
Integrado aos cuidados com o corpo, precisamos despender tempo com atividades extras que ocupem positivamente o cérebro, como boas e produtivas conversas presenciais, leituras e músicas de qualidade, filmes e peças teatrais que nos provoquem reflexões positivas. Compreendendo que é fundamental exercitar pensamentos, colocando-os em equilíbrio com a nossa natureza humana; saber ouvir o contraditório para refletir e crescer como pessoa.
Está muito certo exercitar o corpo físico, mas sem deixar de fazê-lo em relação às emoções, às ações que tragam benefícios à alma. É imprescindível seguirmos em boa forma física e afetiva, mental e espiritual, nesses dias de estresse e violência, de arrogância e trapaças, de valorizar mentiras instantâneas e esquecer das extraordinárias verdades duradouras.
Sugestões sobre a prática de exercícios físicos para melhorias individuais do corpo estão na ordem de cada dia desses tempos de combate ao sedentarismo e ao envelhecimento. Talvez estejamos passando por escassez de boas academias para exercitar o cérebro e a alma, a humildade e a compreensão da realidade como ela verdadeiramente acontece. Para harmonizarmos corpo e mente, ambos conectados com a alma e o jeito cristão de ser.
E, assim, salvarmos a imensa e complexa lavoura que chamamos de vida.
Cristina André
Publicado em 23/5/25