Perfumada e colorida, feito heroína que aparece de floreado, chega a estação que equilibra os dias e as noites em nossos relógios. Anunciada pelas árvores cheias de cores, eis que a Primavera se apresenta, instigando poetas e pintores ao trabalho.
Nas boas lembranças da escola, lugar onde aprendíamos sobre o mundo, reencontro as melhores explicações para o tempo novo que chega. Ultrapassando fronteiras de arte e poesia, percebo beleza nas razões científicas para a chegada dessa estação, a mais encantadora das quatro.
Nosso Planeta leva 24 horas para dar uma volta completa em torno de si mesmo. E desses rodopios constantes e perfeitos, como exímio bailarino, resultam nossas noites e nossos dias se alternando.
É assim que se movimenta a Terra: enquanto dá voltas em seu próprio eixo, segue a tarefa de girar em torno do Sol, cuja trajetória tem duração de 365 dias e quatro horas. Essa viagem em que somos todos passageiros nos proporciona as quatro estações do ano.
Por meio destes dois importantes movimentos, de Rotação (24h) e Translação (365 dias), vão surgindo luares e manhãs ensolaradas em nossas vidas, outonos anunciam invernos de noites longas, primaveras abrem caminhos aos verões de dias maiores.
Com palavras carregadas de conhecimento científico, o professor de Geografia explicava sobre o solstício de verão, de dias maiores do que as noites; o solstício de inverno, de dias menores do que as noites; e dos dois equinócios, de outono e de primavera, em que dias e noites acontecem com a mesma duração.
E a professora de Matemática, relacionando sua disciplina com todas as outras, uma novidade naquela época, comparava o Globo Terrestre com uma laranja para que entendêssemos melhor os assuntos geográficos. Dizia que, se cortássemos a tal fruta bem no meio, teríamos duas partes iguais, chamadas de metades. No caso da Terra, explicava a mestra, o riscado imaginário desse corte é a Linha do Equador, e as duas partes iguais, os hemisférios terrestres Norte e Sul.
Vestida de floreado, feita de cores e fragrâncias delicadas, eis que acontece a Primavera, dando ânimo aos artistas e poetas, fazendo dias e noites equilibrados em nossos relógios.
Recordando daqueles tempos na antiga escola, ultrapasso fronteiras poéticas e percebo o encanto que existe nas razões científicas para a chegada da Primavera. Das quatro estações, a minha favorita.
Cristina André
Publicado em 26/9/25