Felicidade é estado de espírito, depende de um conjunto de fatores que, para cada um de nós, é diferente. Contudo, de forma genérica, existem percepções semelhantes sobre essa condição que todos buscamos, parece haver consenso em certos requisitos: estar vivo, família por perto e com saúde, sentir que ama e é amado, ter frequentado a escola na infância, contar com moradia para se abrigar do frio, perceber o cérebro em bom funcionamento, se alimentar de maneira saudável, ter trabalho a realizar. Tudo isso faz com que a nossa usina interior continue produzindo energia positiva capaz de nos deixar felizes por frequentes intervalos de tempo.
Nascemos, todos nós, para a felicidade, é nisso que acreditamos. Contudo, mesmo em situações mais do que favoráveis para atingi-la, nos deparamos com um impedimento maior, que ultrapassa os limites da nossa disposição individual. E nos damos conta de que esse presságio perde força quando falta trabalho para muita gente.
Como tão bem escreveu e cantou Gonzaguinha: “Um homem se humilha se castram seu sonho, seu sonho é sua vida, e a vida é trabalho. E sem o seu trabalho, um homem não tem honra. E sem a sua honra, se morre, se mata. Não dá pra ser feliz, não dá pra ser feliz…”
Sabe-se que felicidade não se compra nem se vende, é um estado de espírito, depende de uma diversidade de pré-requisitos individuais. Em certos momentos, descobre-se que esses fatores individuais vão além, ultrapassando todas as fronteiras pessoais, e aparecem os coletivos, entre os quais “estar vivo” e “ter um trabalho”.
E assim sendo, se faz necessário refletir com maior atenção sobre vida, trabalho e felicidade, por sua intrínseca essência. Pois, se constatada essa relação de dependência, poderemos dizer: “Felicidade é vida com trabalho”.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 28/4/23
