Primeira Parte
Com a crescente verticalização das cidades, a vida em apartamento tornou-se realidade para milhares de famílias brasileiras – e, com elas, seus animais de estimação. Cães de pequeno, médio ou até grande portes e gatos passaram a ocupar ambientes compactos, com janelas teladas, áreas comuns restritas e tempo reduzido para estímulos externos. Isso gera desafios importantes para o bem-estar físico e mental desses pets, exigindo adaptações que envolvem rotina, ambiente e comportamento.
Assim como os humanos, os animais também sofrem com o confinamento. “A limitação de espaço reduz a possibilidade de expressão de comportamentos naturais dos cães e gatos, o que pode levar a quadros de estresse, ansiedade, agressividade, hiperatividade, lambedura excessiva, miados e latidos persistentes, entre outros problemas comportamentais e de saúde”, explica a médica-veterinária e consultora da DrogaVET, Farah de Andrade.
Rotina Estruturada
A rotina é um dos pilares para manter o equilíbrio emocional dos animais que vivem em ambientes fechados. Cães, por exemplo, precisam de caminhadas diárias que vão além de urinar e evacuar. Esses momentos devem ser ricos em estímulos, com tempo e atenção dedicados à observação do ambiente, socialização e, principalmente, ao faro – comportamento instintivo e extremamente importante para a saúde mental dos cães.
“Farejar durante o passeio é, para o cachorro, como ler o jornal do dia. Ele capta informações sobre outros animais, território e até o estado emocional dos colegas de espécie. Impedir ou apressar esse momento equivale a negar um estímulo essencial”, complementa Farah.
Para cães mais ativos ou tutores com uma rotina atribulada, alternativas como creches especializadas, serviços de passeadores e atividades direcionadas com adestradores comportamentais são cada vez mais procuradas. “Essas soluções oferecem não apenas atividade física, mas também enriquecimento cognitivo, socialização e redução do tédio, o que é fundamental para evitar comportamentos destrutivos e compulsivos”, alerta a veterinária.
Gatos também precisam de estímulos
Continua na próxima semana.