Mesmo sem um tutor definido, os animais criam laços de afeto e dependência na comunidade em que vivem. Animais comunitários, como cães e gatos, também têm direito a cuidados e atenção. Bruno Alvarenga, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), orienta o manejo adequado para acolher e proporcionar uma vida melhor para esse grupo. O especialista alerta: cuidar destes pets é uma responsabilidade compartilhada.
Segundo Alvarenga, os cuidados básicos com animais comunitários são semelhantes aos oferecidos aos animais domésticos. Alimentação balanceada, acesso à água limpa, vacinação e vermifugação periódicas. Também é importante identificar e tratar parasitas externos, como pulgas e carrapatos, que podem ser facilmente feitos durante a manipulação dos animais.
Outro ponto levantado pelo veterinário do CEUB é que a desnutrição, percebida pela perda acentuada de massa muscular e costelas proeminentes, não está restrita à falta de comida, mas também à falta de nutrientes específicos na dieta.
Ferimentos e traumas são comuns em animais comunitários. Em ferimentos superficiais, Bruno sugere lavar a área com água e sabão, seguido por soro fisiológico. Segundo o especialista, além de procurar um atendimento veterinário, feridas abertas devem ser lavadas pelo menos duas vezes ao dia para evitar ovos de moscas. Nos casos de ferimentos graves ou animais que não permitem manipulação, deve-se buscar assistência de saúde para tratamento adequado.
O controle da população de animais comunitários é uma medida urgente, que deve ser feita por meio da esterilização de machos e fêmeas. O professor do CEUB esclarece que a castração pode ser realizada por meio de programas governamentais.
Abandono é crime
No Brasil, o abandono de animais foi tipificado como crime desde 1998, pela Lei 9.605/98. Em 2020, a Lei Federal 14.064/20 impôs pena de até cinco anos de prisão para tutores identificados nesse ato ilícito.