Vaidade Política

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O político vive do voto, ele respira, come e bebe voto. Não há qualquer exagero nessa afirmação. Como acompanho política partidária profissionalmente há mais de 35 anos, aprendi a interpretar ações políticas. Neste contexto, provoco uma reflexão sobre as vaidades na gestão pública e o quanto elas sufocam a memória e a história. Cito alguns exemplos aqui na Aldeia para facilitar a tese. Vamos lá.

Em 1993, a Diretoria Municipal de Meio Ambiente de Guaíba implantou um programa de Educação Ambiental muito interessante, em parceria com a Secretaria da Educação. O Município ganhou até prêmio nacional por conta daquela ação. No entanto, tão logo mudou o governo na época, o programa foi extinto. A vaidade política matou aquela ação positiva, assim como vem acontecendo há muitos anos.

A placa que registrava a fundação do Parque Natural, na Orla Central, atualmente conhecido como “Área Verde”, evaporou no governo seguinte. Ficou só a pedra de base e os furos onde a placa com os nomes de quem implantou o Parque estava fixada. A primeira ação do governo seguinte foi arrancar a placa maldita.

São vários exemplos de descontinuidade de programas, extinção de instituições e de mudanças de nomes em atos movidos pela vaidade política.

Para não me alongar com exemplos do passado mais distante, vamos analisar a questão do atual Hospital. Houve trabalho acumulado para implantar o novo hospital até a inauguração em julho de 2020. No entanto, os esforços dos ex-prefeitos não foram reconhecidos, eles sequer foram convidados para a solenidade de inauguração. A vaidade os anulou. Mas não parou por aí. Logo que mudou novamente o governo, o nome do Hospital também foi mudado.

Observando a linha do tempo, percebemos vários programas não continuados, monumentos que desapareceram, prédios históricos destruídos; mudanças de nomes acontecem como troca de camisa. Se o dono da caneta não gostava do José e era amigo do João, o nome do prédio muda de José para João em solenidade cheia de políticos com peitos estufados; uma festa da inanidade.

A vaidade política atropela a história, se lixa pra memória. O que aconteceu com o Theatro Gomes Jardim, com Hospital Livramento, com os hotéis antigos, com a mobília pesada da Igreja Matriz, com a Casa da Pólvora, com o Saladeiro São Geraldo, com o Mercado Público, com o lago no Parque Coelhão, com o Pavilhão Canadá, com os chafarizes, com a Praia da Florida e com a Reculuta da Canção Crioula? O que aconteceu com tudo isso? O que está acontecendo com as Casas da Beira e com o prédio do Museu? Quem se importa com que os outros fizeram?

 

Falta de Respeito

Imagina ficar sem energia elétrica neste calorão por 10 horas; por 24 horas; 48 horas? Sim, isso tem acontecido com frequência em muitos lugares. Agora, imagina tentar contato com a empresa responsável pela distribuição da energia elétrica e não conseguir falar com um ser humano. A alternativa é um robô passando uma informação gravada, sem a menor garantia de que alguma coisa vai se realizar para resolver o problema. E o tempo passando e o calor queimando o corpo, a alma, e destruindo os alimentos perecíveis.

Quando venderam a CEEE, eu pensei que o serviço iria melhorar, no entanto piorou. A teoria de que a iniciativa privada é mais ágil e eficaz caiu por terra nesta operação de venda da CEEE, pelo menos é o que estamos percebendo na prática.

É verdade que a nova empresa herdou uma rede sucateada e que os temporais danificam a rede de transmissão, mas também é verdade que essa realidade vem de longe e as respostas de atendimento nunca foram tão lentas.

Se atrasarmos o pagamento da conta de luz, cortam o fornecimento de energia. No entanto, se não recebemos a energia, a conta continua chegando e cada vez mais cara.

Observem os emaranhados dos fios nos postes. Recentemente, foi prometida uma higienização na rede. Não sei o que isso significa, só sei que continua a mesma esculhambação.

Estou falando de um negócio milionário que presta um serviço miserável. E se continuarem as desculpas no gerúndio, por meio de gravações protocolares, sem uma ação mais enérgica das autoridades competentes, nada vai mudar, ou melhor, só vai piorar.

 

Filas nos Postos

Na noite de quinta-feira, 10, formaram-se filas longas nos postos de combustíveis devido ao anúncio de aumento da gasolina nesta sexta-feira. Sempre a mesma luta do povo, tentando de todas as formas sobreviver aos constantes aumentos e crises.

 

Força para a Ulbra

A Rede Evolua de Educação, de São Paulo, assumiu a gestão da Ulbra com a meta de avançar no processo de recuperação judicial, suspenso em fevereiro pela Justiça. O grupo pretende manter a Ulbra viva, uma Instituição com 50 anos.

A Rede Evolua é um grupo privado com expertise na recuperação de escolas que se encontram em dificuldades financeiras.

Na torcida para que a meta seja alcançada. A Ulbra faz parte da história de Guaíba e Região.

 

Leandro André

leandro.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 11/3/22

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