O próximo dia 8 de dezembro será marcado pelos 42 anos da morte de John Lennon. Para quem sofre de uma certa alienação, John Lennon era um dos quatro integrantes de uma banda que fez ‘algum relativo sucesso’ no mundo na década de 60, a partir de Liverpool, na Inglaterra.
Já escrevi sobre esse assunto algumas vezes. Lennon foi assassinado por um suposto fã na frente do edifício Dakota, onde morava, na ilha de Manhattan, na época, bairro mais badalado do condado de Nova Iorque. É estranho, ainda hoje, imaginar o mundo que John Lennon queria e, ao mesmo tempo, contraditório pensar que quem idealizava uma humanidade tão pacífica – como descrita em ‘Imagine’, uma das suas principais canções – tenha sido assassinado da forma que foi aos 40 anos de idade.
Na manhã do crime, Mark David Chapman, o fã-assassino, esperou Lennon sair do prédio e até conseguiu dele um autógrafo na capa do LP Double Fantasy. Horas depois, quando Lennon retornava para casa depois de passar a tarde num estúdio gravando a “Walking on Thin Ice”, o mesmo fã que horas antes havia recebido o autógrafo desferiu-lhe cinco tiros de pistola – segundo ele com munição especial para que John Lennon não sofresse – acertando quatro, todos na região do tórax e nenhum na cabeça de onde saiu a grande maioria das letras de algumas das mais famosas músicas cantadas pelo mundo em todos os tempos.
Mark Chapman foi preso na mesma noite do assassinato e desde então cumpre prisão perpétua. Está com 67 anos e disse que sua ‘ação egoísta’ foi praticada porque ‘ouvia vozes’ que o induziram a fazer o que fez. Admitiu que merecia pena de morte. Nesses 42 anos de prisão, teve todos os seus pedidos de progressão de pena rejeitados (nessas horas a justiça americana conta com a minha mais absoluta inveja. Fosse aqui, o STF já o teria soltado há muito tempo para seguir matando outras pessoas).
Confesso que Lennon, mesmo sendo uma liderança intelectual do mais bem-sucedido grupo musical de todos os tempos, peça-chave de uma engrenagem que deu muito certo, nunca foi o meu Beatle favorito. Era considerado uma pessoa ranzinza, mal-humorada e de difícil relacionamento. Suas músicas, principalmente após a separação dos Beatles, na minha opinião, perderam qualidade. Poética e melódica. Mas me parecia uma personalidade autêntica, pouco controversa e não tenho a menor dúvida de que foi uma das figuras mais significativas da história da cultura pop do século 20. Mesmo que tenhamos de ‘descontar’ algumas de suas composições, utópicas e meio bregas, é preciso admitir que paz e amor – o que ele pregava em quase todas – o mundo sempre precisou, mas raramente teve.
Para quem ainda segue alienado, o segundo Beatle a morrer foi George Harrison, em 2001. Mas esse foi levado por um câncer de pulmão. Os outros dois – Paul McCartney e Ringo Starr – seguem firmes e fortes, porém velhos.
* * *
Escrevo essas mal traçadas linhas ainda sem saber quanto foi o jogo entre Brasil e Camarões. Independentemente do resultado, é muito difícil que nossa posição como líder do grupo G seja alterada. Assim, bem ou mal, já estamos nas oitavas de final…
O que vi da nossa seleção nessa Copa, contra Sérvia e Suíça, não me deixou nenhum pouco animado. Esperava mais. Bem mais. Aliás, esperava bem mais de todas as seleções tidas como ‘favoritas’. Esse não é um futebol com performance para ser campeão do mundo. Neymar segue fora e, queira ou não, se a seleção vai mal com Neymar, pior sem ele. Por outro lado, no domingo assisti Espanha e Alemanha. Parecia que disputavam outra modalidade de esporte que não o mesmo futebol que o Brasil vem mostrando…
Daniel Andriotti
Publicado em 02/12/22