Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Maneca Stringhini, o Seu Maneca. Quando ele esteve à frente do Executivo Municipal de Guaíba atuou com profissionalismo, respeito à sociedade e à imprensa. Escrevo esta Coluna em sua homenagem pelo conjunto de sua obra, que transcende a política.
Há algum tempo, adotei o entendimento de que o mais importante nessa vida é chegar na reta final e ter histórias interessantes para contar e com quem compartilhar. Um exemplo clássico do homenageado.
Em relação à Gazeta Centro-Sul e a esta Coluna, mesmo diante das críticas, Seu Maneca se mantinha firme; quando discordava, respondia com argumentos e educação. No fundo, ele usava a crítica construtiva como uma ferramenta de trabalho valiosa, pois, no cargo de chefia, sabia que nem sempre quem está na volta retrata a realidade. Forte, essa!
Maneca Stringhini surfava na sabedoria; experiente, sabia ouvir e decidir. Não se omitia nunca, era corajoso, firme; jamais rude. Depois de deixar a política, nos tornamos amigos. Eu gostava de escutar o Maneca contar detalhes de bastidores da história de Guaíba; aliás, contava uma história como poucos. Conhecia a Aldeia, os caciques e os índios, mas nessa relação o mais bacana era o seu envolvimento profundo com o Município.
Seu Maneca foi fundamental para a instalação da fábrica de celulose em Guaíba. Na Prefeitura, deixou legado relevante, conforme registrado de forma resumida na matéria ao lado.
Como iniciou a governar junto com a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal, teve problemas com algumas contas. No entanto, suas ações assertivas superaram, e muito, qualquer falha administrativa.
Durante e após a grande cheia de maio de 2024, nos encontrávamos quase todas as sextas-feiras no Restaurante Arrastão. Com a inundação no acesso ao prédio onde morava, ele e a esposa Zara se hospedaram no Hotel até que tudo voltasse ao normal. Assinante antigo e ativo da Gazeta Centro-Sul, elogiava a linha editorial do Jornal sempre com argumentação; nada de superficialidade. Como ele estava fora de casa. eu entregava a edição semanal impressa pessoalmente no Restaurante. Ele olhava a manchete e já engatava uma conversa cheia de conteúdo. A Dona Zara, também leitora assídua, curtia receber o exemplar semanal da Gazeta. Seu Maneca, eu, a Cristina e a Dona Zara ficávamos longo tempo conversando após os almoços das sextas-feiras. Que momentos bacanas de celebração à vida em todas as suas camadas!
O Maneca ajudou com informações relevantes para o meu livro “Guaíba – Outra Margem”. Quando pedi ajuda, prontamente aceitou. Lembro do dia em que chegou na sede da Gazeta com uma mala de couro marrom surrado, estufada de documentos.
Estava viajando e não consegui me despedir de forma presencial, mas fui na Missa de Sétimo Dia de Falecimento para abraçar a Dona Zara e os familiares. No final da Missa, um grupo ficou conversando em frente ao altar, dividindo o luto e compartilhando histórias do protagonista.
Seja lá onde estiver o Stringhini, quem estiver na sua volta certamente vai conhecer muitas histórias interessantes sobre Guaíba.
Adeus e obrigado, Seu Maneca!
A Missão do Maranata
O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, se reelegeu bem, com quase 80% dos votos. Nesta virada de chave, realizou um agradecimento espetacular à população de Joinville, com grande destaque na mídia.
Na primeira gestão, o Maranata fez boas entregas, trabalhou para atrair investimentos importantes para o Município (ainda nas intenções), promoveu muitas festas, fez bons discursos e tal, mas precisa cumprir a missão mais importante: fazer com que a colocação de destaque de Guaíba no ranking das maiores arrecadações entre os municípios do Rio Grande apareça no ambiente urbano da Cidade, o que ainda está bem distante.
A Reforma Administrativa foi aprovada, até porque na Câmara Municipal, hoje, somente dois vereadores são de oposição. No pacote, um monte de CCs que não se sabe o que vão fazer. Acendeu a luz amarela!
Com a minha experiência de muitos anos registrando ações políticas e gestões públicas, posso afirmar que a subida é trabalhosa e lenta, mas a descida é rápida.
Leandro André
Publicado em 7/2/25