Os brasileiros convivem diariamente com a insegurança. A violência se banalizou a ponto de as vítimas agradecerem por saírem vivas dos ataques de bandidos. O combate à criminalidade é constante pelas forças de segurança pública, com resultados positivos, mas ainda longe de reduzir de forma significativa o problema.
Não se pode reagir a assaltos, considerando o risco de ser ferido ou morto no confronto direto com criminosos, que, além de agressivos, têm pouco a perder. Entretanto, as pessoas de bem são maioria, o que sinaliza para uma alternativa importante no enfrentamento por meio de ações estratégias compartilhadas com o poder público.
É impossível manter um policial em cada esquina, mas é perfeitamente viável contar com recursos tecnológicos para manter vigilância permanente, como videomonitoramento e grupos de vizinhos em redes sociais, como o WhatsApp, por exemplo, o que já vem acontecendo em muitos bairros com respostas positivas.
A sociedade tem de compreender que ao comprar produtos baratos e sem procedência está contribuindo com a criminalidade. O telefone celular ou qualquer equipamento bem abaixo do preço de mercado, sem procedência conhecida, possivelmente colocou a vida de alguém em risco ou resultou em morte. Esta não é uma observação retórica, é a realidade.
Mortes em assaltos acontecem diariamente nas cidades brasileiras e, muitas vezes, estão relacionadas com o crime de receptação. Os bandidos roubam para revender, portanto, os compradores se tornam cúmplices do crime.
As forças policiais; os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; o Ministério Público e a sociedade precisam se alinhar no combate à violência. A legislação precisa ser discutida, assim como o conceito de direitos humanos, distante da hipocrisia. E o resultado deste amplo debate deve ser transformado em ações práticas de combate à criminalidade, pois, se esta questão for tratada de forma passional pela sociedade, a tendência é de que a situação continue a mesma.
Publicado em 27/5/22