No dia 31 de dezembro próximo faço 65 anos; uma idade simbólica da transição do mundo do trabalho para o jubilamento. Conquistamos uma aceitação social para a escolha de sair dos compromissos formais com o trabalho.
Resolvi marcar a transição com um auto presente; um sonho antigo: ir para a Índia, passar dois meses.
Todos os anos, de 31 de dezembro a 4 de janeiro, tem uma convenção internacional na sede da Sociedade Teosófica, em Chennai, Sul da Índia. Participo desta sociedade há 40 anos, com muita gratidão. Me instrumentalizou para navegar melhor nos desafios do viver com propósito.
Ter coragem para realizar este desejo me faz bem e sinto uma curiosa nostalgia ao contrário, uma nostalgia de futuro. Quantos sonhos e desafios guardados ainda conseguirei realizar? Sentimentos de alegria e medo se misturam; dois meses… Uma cultura tão diferente, meu inglês é mediano… Gosto da frase divertida: Está com medo? Vai com medo mesmo. Patrícia, minha companheira, me encontrará lá, ela irá direto da França e permanecerá por 20 dias.
Por que conto de esta situação pessoal? Para provocar esta questão de realizar sonhos. Antes de ir para outra parte do jornal, pare e pergunte-se: quais sonhos estão aguardando? Senão agora, quando? Quais podem ser realizados independente do jubilamento? Escrever um livro, poesia, viagens mais breves, visitas de amigos de infância, aprender um instrumento musical, esporte, relacionamento afetivo, curso universitário, outro idioma, estudar filosofia, trocar de trabalho… Cada dia é uma dádiva única. Estejamos o mais atento e presente possível para identificarmos oportunidades de conexão com a Vida. Sou um aprendiz distraído ainda. A caminho de aumentar esta conexão.
Meus melhores votos para que identifiquem sonhos e partam para a aventura de sua realização. É uma das modalidades daquela busca incessante chamada felicidade. Ótima semana!
Joaquim Mello
joaquimpedromelloneto@gmail.com
Publicado em 18/10/24