Reflexão Sobre Política Brasileira

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Na coluna de hoje, vou abordar alguns pontos sobre política partidária na Aldeia, no Estado e no País. Nesta ordem. Vamos lá.

 

Na Aldeia

Em Guaíba, o Governo Maranata está iniciando seu segundo ano de gestão. Depois de uma trancada na Justiça e da pressão na Câmara de Vereadores, devido ao aumento exagerado de CCs, a Reforma Administrativa, anunciada como a salvação da lavoura, foi aprovada na primeira sessão ordinária do Legislativo. Ver matéria nesta edição. Aumentar cargos de confiança encontra muita resistência na comunidade e gera desgaste, conforme aconteceu.

A população quer eficiência no serviço público e não máquina inchada. Existe o argumento da extinção de alguns CCs para a criação de outros. Acontece que muitos dos extintos não estavam sendo utilizados.

O que todos esperam na Aldeia é uma cidade mais cuidada, uma atenção que transcenda a Beira. A comunidade quer iluminação pública funcionando e sem gambiarra; quer ruas e calçadas bem pavimentadas; arborização urbana com plantio de árvores adequadas e podas de correção; ecopontos funcionando de acordo com a proposta original; trânsito bem-sinalizado; espaços aprazíveis nos parques e praças; escolas funcionando; vagas para todas as crianças na Educação Infantil; postos de saúde com médicos e hospital com boa gestão, oferecendo serviços que atendam às necessidades da comunidade.

Empregos. É preciso gerar empregos e renda, começando pelo apoio às empresas já instaladas na Cidade, e atrair outras que abram novas vagas no mercado de trabalho; e, ainda, um sistema de transporte coletivo eficiente.

Para isso acontecer, não vejo a necessidade da criação de CCs. Acredito num pacto com os servidores municipais. Neste contexto, servidores e professores precisam fazer autocrítica e ver onde podem melhorar. Digo isso porque o Plano de Carreira em Guaíba é bom, em que pese que alguns setores do Quadro Geral tenham salários baixos, sendo necessário corrigir isso.

A questão dos resultados do IDEB também precisa ser avaliada de forma transparente pelos professores e pelo Governo, sem corporativismo ou caça aos culpados. Afinal, os últimos resultados são muito ruins e a primeira coisa a fazer para mudar isso é identificar a causa antes de promover o torneio da culpa.

 

No Estado

No Rio Grande do Sul, temos a mania de enaltecer nossas façanhas; nem sei que façanhas são essas. Quem não conhece a realidade do Estado e apenas ouve o discurso das façanhas pode pensar que vivemos em um Estado de primeiro mundo. Só que não. Aqui tem pobreza pesada, principalmente na Metade Sul; tem carga tributária elevada com pouco retorno; tem subemprego. A distribuição de energia elétrica é precária, principalmente no Interior, basta um ventinho para faltar luz nas propriedades rurais. Por fim, ainda é forte entre nós a cultura dos caranguejos no balde.

O Governo Eduardo Leite avançou na Segurança Pública, mas o governador adotou diversas medidas que prometeu não adotar na campanha eleitoral. Então, faltou com a verdade. Disse que bastava “tirar a bunda da cadeira” para que o Rio Grande voltasse a crescer, mas na verdade ele continuou o que o Governo Sartori estava fazendo, só que espremendo sobremaneira o funcionalismo público, elegendo os servidores como os grandes culpados dos desajustes do Estado, o que é injusto.

Em relação às candidaturas a governador, há muita especulação e pouca definição.

 

No País

O Governo Bolsonaro acontece no meio de uma pandemia. Se não bastasse a praga e seus efeitos devastadores, o presidente age como um ogro o tempo todo, tentando negar a gravidade do problema. Parte da imprensa nacional age com vingança, porque perdeu verba de publicidade do Governo; e para aumentar a judiação, deram corda na politização da pandemia, o que significa que a Saúde Pública ficou em segundo plano: o que importa é ganhar vantagem em cima da desgraça. É triste isso.

Neste contexto de desgraceira, a judicialização engoliu o Legislativo e o Executivo. No STF, tem ministro que abre inquérito de ofício, investiga e julga, coisa tenebrosa, que parte da grande imprensa faz que não vê, provavelmente por conveniência.

O ex-presidente Lula teve seus processos anulados e arquivados pela Justiça, virou santo da noite para o dia, apesar de toda a roubalheira comprovada que aconteceu nos governos do PT (admitida pelos próprios corruptos, que devolveram o dinheiro do roubo). O ex-juiz Sérgio Moro passou de herói para bandido na narrativa da esquerda aparelhada e desmamada. Ficou a impressão de que combater a corrupção é crime no Brasil, e tudo indica que seja mesmo, porque a corrupção só aumenta.

O Presidente Bolsonaro oscila entre bandido e mocinho no mundo dos fanáticos de esquerda e de direita; fanáticos interesseiros, diga-se de passagem.

E para a “bagaça” nacional ficar completa, há uma orquestração política para que a disputa à Presidência da República fique entre Lula e Bolsonaro.

 

Eleições

Em outubro deste ano, teremos eleições no Brasil para elegermos o(a) presidente da República e o(a) vice; governadores; senadores; deputados federais e estaduais.

De acordo com pesquisas eleitorais (para mim, suspeitas), Lula e Bolsonaro deverão disputar o segundo turno, com uma provável vitória do Lula, o mesmo que foi preso por corrupção, com processo passando por três instâncias, mas que não valeu.

Resumo da bufa: um País gigante, rico, com uma imensidão de terra arável, abundância de água doce, uma costa marítima com quase 11 mil quilômetros de extensão; riquezas naturais e minerais por todos os cantos, em cima e embaixo do solo; um parque industrial pujante e um agronegócio robusto; e não consegue distribuir renda. Tem na sua população trinta milhões de pessoas vivendo na miséria. E a culpa deste desequilíbrio é sempre atribuída ao último governo, considerando nossa memória política de lambari.

O Lula está em alta porque as pessoas lembram que no seu primeiro governo houve importante inclusão social, o que é verdade, mas muita gente, muita, não percebe que foram medidas não sustentáveis. Tanto é verdade que não seguiu nos governos seguintes, do próprio partido, com apoio de outros tantos por meio de mensalão no Congresso e de loteamento de estatais, conforme restou provado e esquecido.

Nas redes sociais, os grandes debates são sobre o BBB, a ideologia de gênero e os santinhos do pau oco pregando o politicamente correto, enquanto “todxs” se ferram acreditando que têm razão.

 

Leandro André

leandro.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 4/2/22

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