Boa parte do Brasil está envergonhada enquanto que o mundo ficou estarrecido – e com razão – com as imagens que todas as emissoras de TV mostraram no último domingo, das cenas absolutamente lamentáveis de invasão, vandalismo e destruição do patrimônio público nas sedes dos três Poderes da República, em Brasília. Um verdadeiro atentado intolerante contra a democracia. Isso é fato. Depredação, literal, da Constituição. E essas, principalmente quando envolvem extremismos e tentativas de golpe sempre vão contar com a minha mais absoluta antipatia.
E o que reivindicava essa gente identificada com a direita radical e com o ex-presidente Bolsonaro? Qual o objetivo da ação? Revolta com o resultado das eleições de outubro (ainda)? Intervenção militar na democracia e nos Três Poderes? Criação de uma nova Constituição e a destituição do Presidente da República por vias não institucionais? Eu conto ou vocês contam que nada disso é possível num estado democrático de direito!!!
Tudo o que precisava ser dito sobre domingo já foi falado. As devidas – e corretas – atitudes, petições, medidas judiciais, intervenções, demissões, prisões já foram conduzidas. Me surpreende nesses casos, é que algumas instituições ‘revelam as suas reais condutas’ na hora que os acontecimentos e as circunstâncias lhes convêm. E nesse caso nem estou me referindo ao STF. Falo da imprensa (que é diferente da mídia). Boa parte dos profissionais de alguns veículos de comunicação – e isso não é só no Brasil e nem é novidade para ninguém – possui um viés de esquerda retumbante. Lamentável pois na faculdade de comunicação aprende-se que o jornalismo deve ser praticado de forma ética, imparcial, isenta de ideologias e apartidária. No entanto, há expressões para diferentes atores e situações que beiram à ridicularização quando se aplica o ‘dois pesos, duas medidas’. Por exemplo: passei o domingo e boa parte da semana ouvindo que quando os ativistas de esquerda depredam patrimônios públicos ou privados são manifestantes. Os da direita são terroristas…
O presidente Lula – e fez muito bem – pediu a punição imediata dos principais líderes da baderna. Doa a quem doer. Quer ‘enquadrar’ também quem os financia. Perfeito. Eu concordo plenamente com ele. Isso mostra a sua evolução comparado ao que pensava em 2003, quando foi eleito Presidente da República pela primeira vez, período em que os movimentos sociais, como o MST por exemplo, só para citar o mais emblemático deles, invadia, ocupava e depredava a rodo propriedades públicas e privadas por esse Brasil afora. Na época, o presidente jamais se manifestou em contrariedade àquelas ações ou falava em punição, financiadores… Que bom que agora tudo mudou.
Por fim, dos acontecimentos de domingo, tenho muito medo que a necessária reconstrução das sedes dos três poderes custe ‘algo em torno de 400 vezes’ mais do que o orçamento real para o que precisa ser restaurado. Para refrescar a memória do caro leitor vai um exemplo: os estádios de futebol para a Copa de 2014. Eles já existiam, mas precisavam ficar no ‘padrão Fifa…’
Daniel Andriotti
Publicado em 13/1/23