Com a polarização radical, a política partidária chegou ao fundo do poço no Brasil.
Nas eleições de outubro, os eleitores brasileiros simplesmente desconsideraram qualquer possibilidade de eleger um(a) candidato(a) que nunca comandou o País; uma proposta nova foi rechaçada. A chamada terceira via virou piada nas redes e quase risco nas pesquisas encomendadas. A ordem estabelecida era apoiar o candidato envolvido até o pescoço em corrupção ou o candidato focado no conflito. Mas não bastava apoiar, era preciso se apaixonar, brigar com familiares e amigos pelo seu político de estimação.
Neste contexto, o Brasil ficou dividido, bem dividido: 50% da população odeia os outros 50%. O negócio é odiar num jogo asqueroso, que passa pano na corrupção e na arrogância.
O desmonte da Lava-Jato foi ignorado: o combate à corrupção se tornou malvisto; o ativismo político do STF é defendido pela metade vitoriosa, que sempre criticou a censura: dez parlamentares estão com suas redes sociais canceladas por expressarem sua opinião; empresários tiveram contas bloqueadas por trocarem mensagens em grupos fechados de WhatsApp – perdeu mané! A Constituição virou coadjuvante.
E nesta onda de narrativas e decisões judiciais com lado, milhares de pessoas se amontoam na frente de quartéis cantando o Hino Nacional e rezando na esperança de uma reviravolta, enquanto outros se amontoam em Brasília atrás de uma teta pública para mamar.
Parte da imprensa militante geme na esperança de seduzir quem já esmagou. O balcão de negócios está em alta no Congresso Nacional. O Lula não diz coisa com coisa e o Bolsonaro não diz nada. Enquanto isso, o povo se engalfinha, defendendo o indefensável, uns esperando o golpe e outros a chuva de picanha.
O problema é que a conta dessa bagaça vai chegar. Talvez tenhamos que passar por isso para que finalmente caia a ficha de que sempre fomos um País muito rico com uma população muito pobre, servindo de massa de manobra.
Denúncia sobre gastos da Olifeira
Na tarde de quarta-feira, dia 7, recebi, na sede da Gazeta Centro-Sul, os vereadores Tiago Green, Graciano Pereira, Manoel Eletricista e Carla Vargas. Eles protocolaram um pedido de investigação no Ministério Público sobre os gastos da Prefeitura em relação à promoção da Olifeira. Os parlamentares alegam que falta transparência para justificar a contratação da entidade que fez a gestão do evento.
Entre as supostas irregularidades entregues ao MP, está a contratação sem licitação de um sindicato para promover a Feira, a emissão de uma nota fiscal no valor de R$ 700 mil para este sindicato, que, segundo os vereadores, não teve movimentação financeira no último ano; documentos teriam sido “esquentados” para habilitar a entidade; o plano de trabalho do projeto é genérico; faltam informações no Portal da Transparência; e ainda afirmaram que houve pagamentos de expositores da Feira via Pix para uma empresa, sem passar pela Prefeitura.
De acordo com os vereadores, como não há registros de gastos detalhados sobre a infraestrutura da Feira no Portal da Transparência, estão aguardando a prestação de contas que deverá ser divulgada em até 90 dias após o evento, o que está dentro do prazo legal.
Segundo o vereador Tiago Green, todos os documentos que comprovam o que informaram à Gazeta estão de posse do MP de Guaíba, que está investigando.
Tentei contato com o procurador-geral do Município para conhecer a versão do Governo, mas não consegui até o fechamento desta edição, na tarde de quinta-feira, 8. De qualquer maneira, o caso está sendo investigado pelo Ministério Público e a Prefeitura tem espaço à disposição aqui no Jornal para se manifestar se tiver interesse.
Servidores x Executivo
A sessão da Câmara de Vereadores de Guaíba foi bastante agitada na terça-feira, 6. Servidores e professores municipais lotaram o plenário para se manifestarem contra o PL 82, que altera o prazo para contar com benefícios após a apresentação de comprovantes de qualificação, como curso superior e pós-graduação. Ver matéria nesta edição.
Resumo da bufa: entendo que faltou diálogo do Governo com os servidores antes de encaminhar o PL para a Câmara.
Novo Presidente da Câmara
Segunda a Tia Alaíde, excepcionalmente neste ano, a definição sobre a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Guaíba não será decidida aos 45 do segundo tempo, num combo de traições, como normalmente acontece. Tudo está acertado para a escolha do vereador Florindo Motorista como presidente da Casa em 2023.
Vários vereadores estão contando os dias para a mudança do presidente do Legislativo.
Gastronomia na Gazeta
As receitas que a Gazeta Centro-Sul publica no espaço de Gastronomia não são retiradas da internet. Todas têm um toque especial da cozinha experimental e são testadas antes da publicação.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 09/12/22
