Escrevo em um jornal regional, portanto, foco minhas abordagens nas questões regionais. No entanto, há momentos em que é preciso transcender barreiras e tratar dos temas nacionais que estão na pauta, repercutindo na vida de todos nós. Dito isso, vamos lá.
Eu entendo que os ataques aos prédios públicos em Brasília, no dia 8 de janeiro, são resultados de uma polarização política doentia que tomou conta do País, agravada no processo eleitoral de 2022. Entretanto, não vamos sair deste fosso comportamental analisando a situação com viseira, de forma passional, mergulhados numa hipnose coletiva que só enxerga um lado.
Nada justifica aquela barbárie, com destruição do patrimônio público e obras de arte. Teve alguém que defecou em uma das salas do Palácio do Planalto, o que carimba o comportamento mórbido dos vândalos. Portanto, os responsáveis devem ser punidos de acordo com a legislação, o que é diferente da generalização abusiva. Um erro não justifica o outro.
Abrindo um pouco o campo de visão, há muitas perguntas que precisam ser respondidas em relação ao que está acontecendo no País.
O que levou aquelas pessoas a fazerem o que fizeram? Elas são terroristas? De onde vem tanta indignação? Todos os manifestantes são responsáveis pelo vandalismo?
Por que o policiamento estava tão reduzido em Brasília, no dia 8 de janeiro, se todos sabiam do tamanho da manifestação com antecedência? O que fez o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), que conta com a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), diante de possível ameaça? Por que a segurança do DF estava tão vulnerável? O Governo do DF é o único responsável?
Neste contexto político da vida nacional, o STF está cumprindo seu papel constitucional? Está acontecendo ativismo judicial? Está correto um único juiz determinar tantas prisões sem julgamentos? A censura prévia está banalizada no Brasil?
O Consórcio Nacional de Imprensa está cumprindo o seu papel de informar com imparcialidade os fatos ou está mais focado em rotular os manifestantes? Censurar opiniões divergentes pode?
Todos concordam que é preciso pacificar o País, pois este radicalismo leva ao caos. Entretanto, para buscar a pacificação, é preciso começar a responder as perguntas acima de forma honesta, racional e não passional.
As Versões
Tenho recebido pelo WhatsApp muitos “especialistas” explicando o que aconteceu no dia 8 de janeiro. Todos têm argumentos fortes sobre os manifestantes, mas parciais. Os de esquerda só enxergam os problemas dos de direita e vice-versa. Visão monocular domina o território de fobias das redes sociais.
A coisa está tão fora do eixo, que membros do MST participaram de manifestações contra as invasões em Brasília.
Refeições nas Férias
Voltando para a Aldeia. Destaco a ação positiva do Governo de Guaíba ao fornecer alimentação em escolas municipais durante o período de férias. A escola tem papel importante sempre, principalmente em comunidades onde há vulnerabilidade social.
O Pai da Rotatória
Está sendo construída uma rotatória em frente à Loja da Havan em Guaíba. De acordo com o vereador Graciano Pereira, ex-secretário de Obras do Governo Sperotto, a execução do projeto foi acertada com a empresa responsável pelo Loteamento Guaíba Park na gestão municipal anterior, ficando a construtora responsável pelos custos daquela obra viária.
Ao atual Governo coube pagar as desapropriações de partes de dois terrenos no trecho a fim de viabilizar a rotatória.
O vereador Graciano Pereira me disse que fez questão deste esclarecimento, pois tem observado muita divulgação de ações do Governo passado como se fosse deste.
Pauta do Leitor
Muitos leitores da Gazeta Centro-Sul procuram o jornal para divulgar situações de interesse coletivo, buscando resolver problemas na cidade, principalmente nos bairros onde moram e trabalham; ou para que serviços públicos sejam aperfeiçoados.
A Gazeta dispõe de espaços interativos, como Recado do Leitor e Reclamações. Além disso, abre espaço para a “Pauta do Leitor”, onde aprofunda questões de interesse social sugeridas pelos leitores. Os resultados têm sido positivos. Ver Editorial desta edição.
Parque no Morro
Na semana passada, a Prefeitura de Guaíba publicou edital na Gazeta comunicando o início dos trabalhos para a implantação do Parque Natural Municipal Morro José Lutzenberger, com levantamentos topográfico e de cobertura vegetal num período de 90 dias a contar do dia 10 de janeiro deste ano. Finalmente uma ação prática para implantar o Parque. Vamos acompanhar.
Quem corre por gosto…
Em meio a estes dias sufocantes, de temperaturas elevadas e polarização política doentia, muitas pessoas passam várias horas nas redes sociais trocando ofensas, defendendo seus políticos de estimação, como se isso fosse lhes trazer algum benefício. Mas, como dizia a minha avó: quem corre por gosto não cansa.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 13/1/23