O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, me convidou para darmos um giro pela Cidade. Ele queria me mostrar alguns feitos relevantes. Aceitei o convite.
O homem acorda cedo, então sugeriu saída às 7h15. Sou um sujeito que acorda mais tarde, porque trabalho no silêncio da noite. Mas não acovardei. Às 7h15, em ponto, o prefeito estacionou sua possante caminhonete branca em frente ao prédio onde moro e eu estava lá, com bloco e caneta.
Seguimos em direção a Zona Sul pela Beira e logo o Maranata mostrou trabalhadores cortando grama e varrendo; valorizou a limpeza.
No caminho, Maranata criticou o trabalho da Corsan, a falta de transparência da Companhia e a falta de sintonia com o Município. Disse que estuda uma maneira de substituir a Corsan, criando uma empresa pública municipal. Um tema importante a ser aprofundado.
O Arroio
A primeira parada do giro pela Aldeia foi no Arroio Passo Fundo. Da ponte, avistamos uma nata clara que cobria toda a superfície da água; poluição severa. O prefeito anunciou que estava montando um grupo de trabalho para resolver o problema. Observei que aquele era o maior passivo ambiental do Município. O motorista de um carro reduziu e gritou: “Fedor insuportável; dá um jeito nisso, prefeito!”. Este é o desafio há 40 anos.
No caminho, Maranata mostrou a área onde vai ser instalada a usina de asfalto, próximo à Vila Malessa, na Zona Sul. Disse que pretende iniciar a operação em abril.
Calçamento na Vila
O tour seguiu em direção a uma vila no fundão da Zona Sul, onde a Rua Arlindo Stringhini, bem estreita, recebeu calçamento com pedras. Na Vila São Francisco, outras duas ruazinhas receberam o mesmo tipo de calçamento. Lugares antes intransitáveis ficaram decentes.
Percebi que a ideia do prefeito era mostrar seu empenho para melhorar ambientes degradados em comunidades carentes. Ele parava a caminhonete e conversava com as pessoas da janela. Perguntava se ficou bom e estufava o peito com os elogios. As pessoas conversavam com o Maranata como se fossem parentes.
Essa proposta de pequenas obras gerando grandes efeitos positivos em comunidades pobres é relevante. Espero que continue.
No Hospital
Depois do circuito na periferia da Cidade, fomos para o Hospital. Lá, Maranata mostrou diversas benfeitorias. São várias obras em andamento, outras concluídas: novo setor de emergência, de Raio X, postos separados para internação de pacientes, com e sem sintomas respiratórios, salas especiais de atendimento pediátrico, de assistência social e triagem.
Durante a visita, Maranata cumprimentava, entusiasmado, os trabalhadores da saúde e das obras. Ele entrava nos quartos, conversava e abraçava os pacientes. Idosos faziam festa para o Maranata. Primeiro, fiquei impactado com a interatividade do prefeito, questionando até que ponto era sincera, considerando tratar-se de político, mas aos poucos percebi um estilo genuíno.
O contrato com a Associação Vila Nova, gestora do Hospital, que tem a simpatia do prefeito, vence em fevereiro. Um novo processo de concessão deverá ser aberto. Mas o mais importante é o Governo do Estado manter a sua participação no Hospital Regional de Guaíba. Na inauguração, no ano passado, o governador Eduardo Leite prometeu continuar a contratualização para o Hospital seguir aberto. Vamos acompanhar, porque há exemplos de promessas do governador na campanha eleitoral que não foram cumpridas; pelo contrário.
A conversa com o prefeito Marcelo Maranata seguiu na Prefeitura, mas, por falta de espaço, sigo comentando na próxima semana. Tem assunto, como a reforma administrativa em janeiro, por exemplo.
O Governo e o Magistério
O SPMG não avisou a Gazeta Centro-Sul que promoveria manifestação em frente à Prefeitura, mas a Tia Alaíde disse que aconteceu. Entendo que eventos e manifestações sem a cobertura da Imprensa, com divulgação somente em redes sociais, é como o sujeito ser rico no jogo do Banco Imobiliário.
Foi prometido em campanha eleitoral que o Piso Nacional do Magistério seria pago. A categoria cobra o pagamento e que incida no plano de carreira. Já o Governo tem a interpretação de que paga o piso e bons salários, cobrando produtividade. Faz comparações sobre o que é investido na Educação e o retorno em qualidade, apresentando o ranking do IDEB com a colocação de Guaíba lá embaixo.
Em nota oficial sobre este tema, o Governo reforça compromisso na construção de um projeto sólido e tal, que as portas estão abertas ao diálogo, que é preciso união para enfrentar os problemas, e segue nessa linha da volta olímpica.
Em relação ao Piso Nacional, o prefeito ressalta que aguarda parecer do TCE a fim de ter respaldo para avançar na proposta de aumento salarial.
Resumo da bufa: teve promessa de campanha e os professores cobram. Do outro lado, o Governo levanta o estandarte do diálogo, com a Lei 173 bordada em lantejoula, e pondera que está pagando bons salários e recebe baixa produtividade.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 26/11/21.