Páscoa em Três Tempos

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Família reunida para o almoço do domingo, um por um se acomodando em volta da mesa, pratos postos com requinte.

Eis que as conversas se atravessam entre os talheres, com natural liberdade, referindo-se à celebração da Páscoa em três tempos.

Lembranças são expostas nas histórias antigas, menção aos que já se foram, à maneira como eram as semanas santas de antes.

Imersão profunda em mares de ternura, emociona-se quem ouve contações sobre a Sexta-feira, dia do Cristo sacrificado.

Zepelins que sobrevoam céus de pensamentos e de saudades começam a se afastar, dão meia-volta, volta-e-meia ao passado.

 

Primeiro dos tempos findos, agora é celebrar o grande encontro que acontece; cada Páscoa é única, vivê-la é tradição no presente.

Ávidos por novos assuntos, jovens mudam os rumos, trocam o tom das narrativas. São muitas as questões, inúmeras perguntas.

Silêncio se achegando sem pedir licença, permitindo a outras vozes que ocupem seus espaços. Crença se transformando em debate.

Conquistando a atenção do momento, discordâncias sentam à mesa; da religião se faz tema político, porque assim é a juventude.

Ouve-se, de repente, os pedidos das crianças. Elas querem os seus ninhos, pois é hora da sobremesa; são os donos do futuro.

Ao se tornarem notadas, fazendo certa balbúrdia, interrompem passado e presente; sabem do Cristo, por Ele rezam todas as noites.

 

A elas são entregues ovos de chocolate, e entendem o significado. Aprendem com a família que ressurreição é esperança.

 

Todos, assim, descobrem, neste almoço especial, que a vida é feita de passado, presente e futuro – lembranças, vivências e possibilidades.

Ontem é história e aprendizado; hoje, construção e fé; amanhã, a colheita do que plantamos.

Domingo de reflexão e agradecimento, família reunida para a refeição. Dia de boas conversas, de celebrar o renascimento.

Ouvindo a voz do coração, fala-se mais sobre acreditar em Deus, nos milagres do Cristo, na nossa própria ressurreição.

Sentados à mesa com alegria, reconhecendo que a vida acontece sempre em três tempos, assim como o almoço de Páscoa.

Cristina André

cristina.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 7/4/23

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