Diante de tantos problemas na prestação de serviços públicos essenciais no País, como atendimento de Saúde, Segurança, Transporte e Educação, o lazer e o esporte muitas vezes ficam esquecidos num segundo ou terceiro plano pelos gestores. Isso é um equívoco, considerando a importância dos espaços de convívio social junto à natureza para a qualidade de vida da população, principalmente nos centros urbanos, onde o cotidiano é corrido e estressante.
Em dezembro de 2013, foi assinado Decreto Municipal dando um passo importante para a implantação do Parque Natural Morro José Lutzenberger, criando uma Unidade de Conservação no Centro de Guaíba. Entretanto, passados oito anos e meio, a implantação do parque segue tramitando lentamente, deixando claro que esta ação não tem sido prioridade para os sucessivos gestores municipais, pelo contrário.
Os recursos para a criação do Parque deverão vir das medidas compensatórias do projeto de expansão da CMPC. A Gazeta vem esclarecendo que este dinheiro somente pode ser aplicado em projetos ambientais em unidades de conservação, como no caso em questão. Portanto, não se trata de uma escolha entre criar um parque ou investir no hospital, por exemplo.
É justo que Guaíba receba os recursos de compensação, pois uma fábrica de celulose no meio da cidade gera importante impacto ambiental. Isso é reconhecido por todos, no entanto, foi preciso muita luta e mobilização da sociedade para que fosse alcançada esta compreensão.
Nesta edição, a Gazeta Centro-Sul volta a tratar da negligência com o Parque Municipal Coelhão, um espaço relevante na área central da Cidade para o lazer e a prática de esportes. Este é mais um caso de falta de prioridade para a gestão pública. Registre-se as promessas que foram feitas para o acompanhamento e cobrança.
O valor dos parques e praças em centros urbanos é o mesmo dos serviços de Saúde, Segurança, Transporte e Educação, tendo em vista que todos são imprescindíveis para garantir qualidade de vida à população.
Publicado em 12/8/22