Uma cidade é formada pelo conjunto de seus habitantes, pois são eles que constroem e dão vida aos prédios, ruas, escolas, empresas, parques, praças, igrejas e tudo que existe no complexo urbano. A cidade é a sua comunidade, portanto, tudo que acontece de bom ou de ruim é resultado das ações das pessoas que nela habitam; simples assim. Então, quando alguém critica a cidade onde mora, está criticando a si próprio.
Nestes 95 anos de emancipação de Guaíba, muita coisa aconteceu e outras tantas deixaram de acontecer em decorrência do que seus habitantes fizeram ou deixaram de fazer.
A pequena cidade praiana cresceu e produziu bons frutos, mas nem sempre o crescimento aconteceu de forma ordenada e planejada, o que gerou problemas. Lá pelas tantas, houve um inchaço populacional; pessoas vieram em massa, de diferentes lugares, para trabalhar, e por aqui ficaram. Alguns sintonizaram com a Aldeia, outros não. Essa sintonia ou a falta dela também aconteceu com os nativos ao longo do tempo. Neste contexto, criou-se uma divisão entre os que gostam e os que não gostam da Cidade. Este é o ponto que faz toda a diferença na qualidade de vida de qualquer comunidade.
Se os que gostam da cidade onde moram formarem a maioria expressiva da população, então a chance de a prosperidade avançar é maior, bem maior. Os que gostam da cidade são essenciais, porque constroem, consertam, cuidam, participam, ajudam e compartilham.
Neste aniversário de 95 anos da cidade onde moro com a minha família há 38 anos, onde trabalho e ganho o pão de cada dia, agradeço a parceria e faço um pedido eloquente: que cada vez mais pessoas gostem desta Senhora Outoniça, pois nada pode ser mais importante do que isso para elevar a qualidade de vida de todos que vivem nesta Aldeia de história lavrada.
Pelos números apresentados em matéria especial nesta edição da Gazeta, fica claro o potencial de Guaíba e o quanto o Município pode se desenvolver, dependendo do tamanho da banda dos que gostam da Cidade.
A Luz Amarela
Não é nada fácil compor um governo, considerando a necessidade de atender questões político-partidárias com as necessidades técnicas. A fila política dobra a esquina, enquanto a técnica não passa da porta, o que indica missão difícil para o gestor.
O Governo Maranata esperava aprovar um projeto de ajustes de cargos e FGs em sessão extraordinária na Câmara, mas não conseguiu. Teve de retirar o projeto quando percebeu a derrota iminente. Acendeu a luz amarela.
A manutenção de alguns CCs na Prefeitura, recebendo salários e FGs com pouca ou nenhuma entrega, está provocando corrosão no Governo Maranata/Claudinha. Isso se percebe nas manifestações dos sindicatos e no descontentamento agônico em parte significativa dos aliados do Governo.
Não se justifica remanejar cargos e FGs quando se tem um caminhão carregado de CCs “malas sem alças” na subida.
O prefeito já sinalizou que na virada do ano fará uma avaliação da máquina, devendo promover mudanças. Enquanto isso, o Opala patina.
Já escrevi aqui na Coluna que vejo o Maranata como um prefeito empolgado, com vontade de acertar, mas é preciso que todo o time jogue junto com ele.
Outra questão que enfraquece qualquer gestão é colocar a carreta na frente dos bois. Eu exemplifico. O Governo comprou uma usina móvel de asfalto e desfilou com ela pelas ruas da Cidade, criando a sensação de que a buraqueira, o maior problema explícito da Aldeia, estava com os dias contados; só que não. Considerando o licenciamento e os ajustes necessários, a usina somente deverá entrar em operação em meados do ano que vem. A apresentação à moda Sucupira não seria tão negativa não fosse o tanto de panelas nas ruas danificando os carros.
Entendo que o Governo Maranata precisa fazer um ajuste urgente no seu quadro de CCs, formando um time que jogue junto, em sintonia com o treinador; precisa tirar a Educação do discurso eleitoral; e cuidar da comunicação, priorizando o conteúdo antes do drone.
Faço este comentário como um alerta, considerando a experiência que tenho no cenário político e social da Aldeia; não se trata da crítica pela crítica, pelo contrário.
Secretário sai do Governo
O prefeito Marcelo Maranata me confirmou, na manhã de quinta-feira, 14, o desligamento do secretário Municipal de Meio Ambiente, Planejamento e Gestão Territorial, Ênio da Cunha Jardim. Segundo o prefeito, Ênio alegou motivos pessoais para sair. O arquiteto Gilberto Correia segue no comando da Pasta interinamente. Maranata não revelou o nome do substituto.
Esta foi a primeira baixa de um secretário no Governo Maranata em nove meses e meio de gestão. Dependendo do ponto de vista, pode ser considerada uma alta.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 15/10/21