Outros tantos que ali estavam já não contavam, perderam-se de vista. De repente, na transversal dos sentidos, formava-se a única parceria da existência.
Sensações estranhas a confundir todas as razões, olhares em insistência recíproca. E no pulsar extraordinário dos corações, tambores anunciando a chegada de um novo sentimento.
Na fração de segundo que se seguiu, o mundo já havia perdido os movimentos. Respiração alicerçada em suspiros, faces em rubor, suor frio pelas mãos, atenção desconexa.
Ao perceberem o silêncio tomando conta de tudo, a quietude plena que se espalhava em atenção ao que acontecia, outra opção não existia. Era ficar ali pela eternidade ou seguir em frente.
Momentos de conversas amenas, mãos entrelaçadas, namoro começando. Um extraordinário mundo novo sendo construído, feito de versos, gentilezas e abraços. De caminhar sem pressa, Sol batendo nos ombros, flores pelo caminho.
O tempo, admirado e constante, parava para ouvir promessas, sonhos, segredos e planos contados. De repente, Lua crescente chegando, estrelas, outras canções.
Risos e lágrimas de emoção, poesia pura em um universo apenas de dois. Sintonia de corações concretizada, inútil seria duvidar. Eis que os vazios deixados pelas distâncias precisavam se encurtar.
As breves ausências foram se tornando intermináveis, as dores da saudade, intensas. E o amor, instalado por completo, crescendo mais e mais.
Definitivo foi aquele sentimento desde a primeira vez que se viram. Era sem volta, o aconchego que se fez felicidade; adorável parceria que venceria o tempo.
Ousaram mostrar ao mundo que era mesmo verdade sempre terem se amado, mesmo antes de se conhecerem. E que nunca mais viveriam um sem o outro.
Seguiram vida afora assim, trocando olhares encantados, formando parceria única da existência. No universo paralelo em que compartilham amor.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 09/6/23
