Os Leitores da Gazeta

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No dia 1º de outubro de 2023, a Gazeta Centro-Sul irá completar 30 anos de circulação ininterrupta do jornal impresso. Isso significa que desde o dia 1º de outubro de 1993, todas as semanas, sem falhar uma sequer, a Gazeta chega nas casas dos assinantes, bem como nos diversos pontos de venda onde toda a população tem acesso.

Nestas três décadas, muitas coisas mudaram, muitas. A revolução tecnológica deu saltos gigantescos. Saímos do sistema analógico e avançamos acelerados no sistema digital. No início, a TV era com tubo, o telefone era fixo, a conexão com a internet era mais difícil que nadar de poncho, os textos eram colados em papel antes de fazer o fotolito e as fotos tinham que ser reveladas. Quando o celular surgiu, no início da década de 1990, era somente para telefonar; um tijolão que pendurávamos na cinta como sinal de status.

Eu não vou falar mais de como as coisas eram quando a Gazeta surgiu porque não quero assustar os jovens, tampouco que pensem na possibilidade de eu estar fazendo hora extra neste mundo. Vamos ao título desta coluna.

Para quem ainda não sabe, o Instituto de Pesquisas People é uma empresa irmã da Gazeta Centro-Sul. Na verdade, a irmã mais velha, porque nasceu um ano antes. Sendo assim, de vez em quando medimos a percepção dos leitores em relação ao nosso trabalho: perfil, preferências e demais avaliações, visando a construção de estratégias de ações conectadas ao nosso público. Dito isso, vou revelar de forma resumida e geral o perfil dos leitores do impresso da Gazeta.

Pessoas acima dos 35 anos de idade, de todas as classes sociais, com predominância na média, de diferentes credos. Se dividem entre executivos, empresários, profissionais liberais, professores de nível superior, políticos, lideranças comunitárias, aposentados atilados; pessoas que acreditam na importância da conexão com a cidade e a região onde vivem.

Apesar de todo o avanço tecnológico, com sua dinâmica online e abrangência monstra, há um segmento importante da sociedade que não abre mão de reservar um tempo para ler o seu jornal impresso ao final de cada semana. Isso tem um significado relevante na medida em que mantém a vigilância social, além de bancar o registro histórico local.

Muitas comunidades mundo afora perderam a referência da imprensa profissional e “honesta”, mergulhando num apagão de parâmetros. Antes de seguir, entendo que é importante esclarecer por que usei aspas na palavra honesta. Infelizmente, a contaminação ideológica rompeu com a equivalência que existia entre os conceitos de imprensa e honestidade, haja vista o quanto de narrativas contaminam o noticiário.

A notícia tem que trazer todos os lados, já a opinião tem de ser livre, autêntica e respeitosa. Aliás, o respeito deve estar sempre na base de toda a sociedade que preza por dignidade.

Por mais que a tecnologia tenha avançado e nos colocado no mundo online, isso só faz sentido se houver conexão com o lugar onde vivemos.

Você, que está lendo esta coluna e chegou até aqui, certamente é parte orgânica da comunidade.

 

Demora na Ocupação de Casa

Leitores me relataram que, em setembro de 2022, a Prefeitura de Guaíba alugou uma casa no Centro para instalar o CRAS (ver matéria nesta edição), mas o imóvel está sendo ocupado somente agora, nove meses depois. Questionei o secretário de Assistência Social Norberto Guimarães sobre isso. Ele disse que foi necessário refazer parte da rede elétrica, considerando os equipamentos a serem utilizados na casa. O secretário afirmou que, em dezembro do ano passado, foi feita uma “supressão” no contrato, o que significa descontar do aluguel o valor gasto na arrumação da casa.

 

Onde isso vai parar?

O TSE cassou o registro de candidatura de Deltan Dallagnol, eleito deputado federal com 344 mil votos, o mais votado do Paraná. A justificativa é de que o candidato teria burlado a legislação. O TRE do Paraná já havia aprovado a candidatura por não encontrar ilegalidade.

O ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello se manifestou sobre a decisão, dizendo que a interpretação do TSE está “à margem da ordem jurídica”. Muitos advogados estão estarrecidos com a decisão.

Recentemente, o humorista Léo Lins foi censurado pela Justiça, proibido de fazer uma série de citações em seus shows. E mais, foi proibido de sair de São Paulo.

Onde isso vai parar?

 

Corrupção Abafada

Tem gente que condena a Operação Lava Jato, fazendo coro às narrativas de conspiração. E, neste contexto, passam pano na corrupção. Os corruptos do andar de cima confessaram o envolvimento nos escândalos de corrupção e devolveram bilhões de reais desviados, mas isso é abafado por muita gente que jura defender a democracia, os santinhos do pau oco. Fica claro o motivo de vivermos num País com tantas riquezas e o povo ser tão pobre.

 

Leandro André

leandro.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 19/5/23

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