Opinião Remunerada

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Dia 7 foi o Dia do Jornalista. Nunca me agradou a expressão ‘formadores de opinião’ que muitas pessoas atribuem aos jornalistas ou à imprensa de um modo geral. Defendo a tese que ‘opinião’ cada um tem a sua de acordo com as suas convicções, sem permitir que alguém o influencie. Tenho um grande amigo, que há anos trabalha num dos ainda poucos jornais de impressão diária no Brasil, que diz: “jornalista é aquela pessoa que dá pitaco sobre tudo, mas não se aprofunda em nada”. E ele acrescenta: “pagando bem, jornalista publica até a verdade”. Eu sou menos ácido: acho que jornalista tem a função de transformar fatos em notícias para perpetuar os acontecimentos na história. Mais poético, né? Há quem diga que jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.

Por falar em publicidade, recebi muitos cumprimentos pelo Dia do Jornalista, que agradeci à medida do possível, mas sempre esclareço que embora o jornalismo faça parte da minha vida há muito tempo, me graduei em publicidade e propaganda, a terceira do triunvirato da comunicação social, ao lado do jornalismo e das relações públicas. A partir daí – e com o tempo – seus profissionais passaram a se pulverizar em diversas outras áreas, como cinema, áudio visual, marketing, mídias digitais, comunicação organizacional e por aí afora…

Mas hoje vivemos a era dos influencers digitais, dos YouTubers, dos Instagramers, dos blogueiros. E com eles, a minha tese vai por água abaixo. Isso porque se formos procurar a definição literal de influencer vamos encontrar que “trata-se de uma pessoa capaz de – como o próprio nome sugere – influenciar e formar a opinião de outras pessoas, por meio de conteúdos que ela produz através de um ou mais canais da internet via redes sociais. E ali, emitem suas opiniões sobre qualquer tipo de assunto…

É lógico que ser um influencer não é tão simples assim. Trata-se de pessoas que se preparam e se destacam nessa atividade – como tudo na vida há que existir um certo talento para alguma coisa. Por consequência, conquistam uma posição de prestígio, afetando o comportamento e as decisões de compra de seus seguidores. E é claro: quanto mais seguidores eles têm, mais anunciantes os procuram. E é nessa hora que entra o marketing de influência, porque a roda da economia tem que fazer parte dessa história e nem relógio mais trabalha de graça. Mas essa é uma outra e longa história…

 

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O Inter voltou a estragar os meus dias todas as vezes que entrou em campo esse ano. Venceu com algum sacrifício os chamados times ‘pequenos’. Mas não ganhou do Juventude, nem do Caxias – contra quem jogou três vezes e foi eliminado do Gauchão. Perdeu o Gre-Nal. Sofreu para ganhar do medíocre CSA, integrante da série D e para quem saiu perdendo durante essa semana. Mas quer convencer o seu torcedor que vai se sair bem na Copa do Brasil, na Libertadores e no Brasileirão…

 

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Em 2017, um ‘monstro’ invadiu uma creche no interior de Minas e ateou fogo no local, atingindo crianças, pedagogas e funcionárias. Uma das professoras, Heley Batista, chegou a entrar em luta corporal com o criminoso na tentativa de impedir que ele continuasse com aquela barbárie. Depois, ajudou a retirar as crianças feridas – 10 morreram, mas 28 foram salvas. Ela teve 90% do corpo queimado e acabou morrendo no hospital. Mês passado, a professora Cintia Barbosa imobilizou um assassino que invadiu uma escola em São Paulo e matou outra professora a facadas. Há 10 dias, a professora Simone Aparecida Camargo trancou bebês no banheiro para protegê-los da fúria de um agressor que matou quatro crianças a machadadas em Blumenau. Mas quem ganha filme biográfico é Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga…

 

Daniel Andriotti

Publicado em 17/4/23

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