Onde está a felicidade?

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Todos queremos ser felizes, eis o grande sonho humano, a voz corrente nesta torre de babel que habitamos, sintonia fina em meio às incontáveis diferenças.

Somos de muitos jeitos, andarilhos destas terras, deixamos pegadas de crenças e culturas diversas; por vezes, cheios de estranhezas, por outras, amenizando dificuldades.

Contudo, ainda que tenhamos nascido de corações e raças distintos, que sejamos amigáveis ou ensimesmados, sobre a busca pela felicidade zeramos divergências menores. Unânime é a vontade de conhecê-la bem de perto, de transformá-la em companhia permanente.

Sabemos bem que é tarefa complicada encontrá-la, pois tem seu próprio jeito de se achegar. E para os que se aborrecem com esse sorrateiro e secreto modo de ser, ela faz brincadeira de esconde-esconde, mostra-se arredia.

Laços profundos nunca firma com os queixosos, a tal felicidade; se nega a criar alicerces em moradas de tristeza corriqueira que se tornou hábito. Muda de rumo se o mau humor estiver na varanda.

Ninguém a possui para dar a outros, tampouco ela nos chega pela riqueza material que conquistamos. É um estado de espírito, uma atitude a ser adotada no dia a dia, um costume de vida, a tal felicidade.

Exige que adormeçamos aninhados à gratidão, aos bons pensamentos; que acordemos com o despertador da bondade; e comecemos cada dia em parceria com o otimismo e a vontade de ser útil ao mundo.

Seguindo pela vida de sorriso aberto e humor festivo, tomando distância do derrotismo e da brabeza gratuita, enfim encontraremos a tal felicidade. Pois ela não bate à porta dos infelizes por convicção, dos que vivem de cara amarrada e têm gosto especial pelos equívocos e as grosserias; sequer acena aos que dela desacreditam, faz que nem conhece aqueles que carecem de faceirice natural.

Queremos ser felizes, eis o sonho em comum, a raríssima unanimidade, a incógnita universal para a maioria de nós, os seres humanos.

E sendo a felicidade um estado da alma, um jeito de ser, sua chegada se dá quando começamos a compartilhar esperança e otimismo ao mundo, sua secreta e sorrateira exigência.

 

Cristina André

Publicado em 16/8/24

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