Liberdade, Igualdade, Fraternidade, esta é a mensagem da Revolução Francesa (1789-1799) que conquistou o mundo, transformando-se em lema de respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Exemplo positivo que derrubou fronteiras.
Conta com admiração intercontinental a reverência às artes que é característica da França. Na capital, prédios históricos parecem feitos de renda, há monumentos belíssimos, cafés que parecem perfeitos para quem sonha em se sentir um pouco francês. Mas não é aconselhável sair do miolo turístico, nada de querer visitar bairros periféricos. Porque os problemas do Novo Mundo estão bem presentes no Velho Mundo.
Geralmente, quem aprecia as artes sonha em viajar para a França e conhecer seus inúmeros museus, ver de perto obras de Renoir, Monet, Matisse, Rodin. Alguns guias de turismo mais experientes costumam dizer que, ao conhecer o Museu do Louvre, em Paris, com seu espetacular acervo, um turista já pode marcar como cumprida a tarefa de visitar museus na Europa. É lá que se formam filas para ficar diante da Monalisa, famoso quadro do italiano Leonardo Da Vinci, o mesmo que pintou o afresco (pintura feita em parede) A Última Ceia, que se encontra em Milão, alvo de escracho social e agressão religiosa imperdoáveis na abertura dos Jogos Olímpicos.
Sonho de muita gente, a navegação pelo Rio Sena é propagandeada em imagens e versos mundo afora, com suas belas embarcações, onde são servidos pratos sofisticados e excelentes vinhos, enquanto as belezas da cidade luz são apreciadas. Mas não se pode entrar nas suas águas, por demais poluídas. Incoerência das maiores, o povo que demonstra tanto apreço pela Natureza e desmedida preocupação com a nossa Amazônia sente-se à vontade com a degradação do Sena, problema mal disfarçado na abertura desta Olimpíada.
Liberdade, Igualdade, Fraternidade, esta é a mensagem que deveria ser ressaltada na abertura da Olimpíada de Paris.
Liberdade de expressar a própria crença, Igualdade de respeito exigido do mundo, Fraternidade em relação à preservação da vida e da infância.
Erraram feio, os franceses, nesta Olimpíada. Na ânsia de serem os primeiros a quebrar regras, querendo o título de top em atrevimento, se esqueceram de seguir o seu próprio lema.
Cristina André
Publicado em 2/8/24