O registro que fica

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O que vem a seguir não é para julgar, é para refletir.

Atualmente, todos registram tudo com o celular por meio de fotos e vídeos. Além disso, percebe-se uma multiplicação de “TVs” e “canais”. Esses registros, em geral, são interessantes, mas de pouca duração, pois desmemoriam na penca de narrativas e no interesse imediato.

Trazendo a reflexão para a Aldeia, percebo que o Governo Maranata, por exemplo, é intenso na comunicação digital, mas o registro do seu legado ficará nos arquivos da imprensa profissional. Vamos lá!

Importante ressaltar que publicações são relevantes quando chanceladas por veículos de comunicação com credibilidade social. Como dizia Assis Chateaubriand, um evento que não saiu na imprensa não aconteceu. Parece uma lacração arrogante e ultrapassada, mas quando refletimos sobre pesquisas de fatos relevantes no passado percebemos que o Chatô poderia até ser chato, mas nessa estava certo.

Responda com sinceridade: no futuro, quem vai consultar um fato ou evento em material publicado pelo próprio autor, na linha do “veja o que eu fiz”? Isso serve, também, para empresas e instituições.

 

Sobre a Imprensa

Vamos adiante. Acredito que fazer autocrítica é fundamental, uma maneira eficaz de driblar o ego e conhecer a realidade. Faço isso frequentemente, buscando o que é certo e justo. Pelo menos, tento.

Recente Editorial do Jornal The Washington Post abordou sobre a queda de confiança na mídia (imprensa) por parcela significativa da sociedade nos Estados Unidos, o que está acontecendo no Brasil também. Jeff Bezos, dono do The Washington Post, registrou em Editorial que a maioria das pessoas acredita que a mídia é tendenciosa.

“Qualquer um que não veja isso está prestando pouca atenção à realidade, e aqueles que lutam contra a realidade perdem”, destacou Bezoz. Forte, essa!

Se observarmos o que está acontecendo com a grande imprensa no Brasil, em geral, percebemos militância política. Na minha opinião, a Globo, por exemplo, se tornou um canal de esquerda. Isso é muito ruim, porque, como abordei no texto acima, a imprensa profissional deve ser o principal canal para os registros históricos e não um puxadinho ideológico.

Muita gente está buscando informações em podcasts, com postagens imprecisas de mídia social e fontes não verificadas, o que pode disseminar desinformação e aprofundar a polarização, uma praga moderna.

 

A Indústria da Multa no RS

Na edição do dia 27 de setembro deste ano, publiquei artigo aqui na Coluna sobre uma aberração arrecadatória que está acontecendo aqui no Estado. Confira.

“Quem viaja para a Serra Gaúcha por rodovia estadual passa por praça de pedágio totalmente eletrônica, sem cancelas. Então, o motorista que não possui a tag do conectcar espera o boleto chegar pelos correios para pagar a taxa do pedágio. Só que não. Depois de 15 dias, chega a multa de R$ 195,23 pelos Correios, com perda de 5 pontos na CNH (infração grave), por falta de pagamento do pedágio.

Este é um exemplo abjeto da indústria da multa respaldada pelo Governo do Rio Grande do Sul, uma patifaria.”

Essa semana, a Defensoria Pública do RS instaurou um Procedimento para Apuração de Dano Coletivo para averiguar a aplicação de 254 mil multas aos motoristas que passam pelos pórticos do sistema “Free Flow” nas ERS 240, ERS 122 e ERS 446, da concessionária CSG, desde o começo do ano.

O defensor público dirigente do Núcleo de Defesa do Consumidor e Tutelas Coletivas, Felpe Kirchner, cita, entre outras coisas, que há indícios de ausência da garantia da devida transparência e publicidade e de um sistema adequado para notificações. Segundo a Defensoria Pública, há visíveis falhas na divulgação e transparência do sistema.

A Defensoria Pública encaminhou ofício solicitando informações detalhadas para o Governo do Estado, Concessionária, DAER, SENATRAN e SERPRO.

Espero que termine este achaque ao povo gaúcho. De parabéns, a Defensoria Pública do RS. Vamos acompanhar o desfecho deste caso.

 

Nesta Edição – Confira a reportagem sobre o projeto “Centro-Dia para Idosos em Guaíba”, publicada na contracapa.

A Sociedade de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Guaíba e Região (SEAG) inicia uma coluna mensal na Gazeta Centro-Sul.

 

Leandro André

Publicado em 1/11/24

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