Um dia, numa determinada cidade do oeste norte-americano do século XXI, um criminoso estuprou e assassinou uma mulher. Ao ser perseguido, atirou contra os policiais matando um deles. Ainda em fuga foi cercado e, então, o xerife que participava da ação o abateu com 89 tiros. Um jornalista – vestido com sua capa esquerda-raivosa e simpatizante dos direitos humanos que acompanhava a perseguição – fez o fatídico questionamento:
– Mas Xerife, por que 89 tiros???
– Porque acabaram as balas – disse o policial.
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Um dia um bandido invadiu minha casa com uma arma. Calmamente, o alertei que ele estava ilegal porque o decreto que instituía o porte de armas há muito tempo havia sido vetado pelo Senado Federal. Ele se desculpou, disse que andava muito ocupado e por isso não estava conseguindo assistir ao Jornal Nacional. Disse a ele: “não tem problema. Vá em paz, irmão. Siga o seu caminho!!!” Nos abraçamos e, do nada, começou a tocar a canção “Imagine”, de John Lennon.
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Para evitar que motoristas sóbrios morram em colisões envolvendo carros dirigidos por motoristas bêbados a solução é simples: basta proibir os motoristas sóbrios de dirigir. É assim que funciona o estatuto do desarmamento.
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Por que citei essas três pequenas pérolas do mundo do crime? Porque nessa semana, só no Rio Grande do Sul ocorreram pelo menos dois homicídios daqueles que chegam ao nosso conhecimento como se fosse um soco na boca do estômago. Uma menina de cinco anos foi estuprada e morta por um homem de 35 anos, em Lajeado. Não muito longe dali, em Araricá, um homem de 53 anos morreu atropelado por uma caminhonete Hilux, cujo motorista – bêbado – participava de um “racha” na ERS-239. Pressentindo o pior, a vítima ainda conseguiu empurrar o carrinho de bebê onde estava a sua neta que, felizmente, teve apenas pequenos arranhões.
Em ambos os casos os ‘suspeitos’ foram presos. Não se sabe por quanto tempo. Tenho que falar ‘suspeito’ ou a patrulha do politicamente correto me puxa as orelhas. No caso do atropelamento, o motorista não é suspeito: é réu confesso. Se for primário, talvez responda em liberdade mediante pagamento de fiança. Mas de todos os crimes que abominamos, os de cunho sexual, principalmente envolvendo crianças, tem um peso maior no ranking do meu ódio. Os maníacos sexuais geralmente têm um padrão de comportamento cínico e hipócrita no momento da abordagem, mas enxergam a vítima como um mero objeto do seu desejo. Seu perfil é o daquela pessoa que não sente culpa nem remorso pelos seus atos. Estupradores estão classificados como psicopatas. E para a ciência – portanto não sou eu que estou dizendo isso – psicopatas não têm cura. Eles não podem, em hipótese alguma, viver em liberdade. Ou vão reincidir, reincidir e reincidir. Com nossas mães, esposas, namoradas, irmãs, filhas. Uma pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP (atenção, é da USP, ok?) revelou que a maioria da população brasileira defende a pena de morte ou a prisão perpétua para estupradores.
Isso precisa ser levado em consideração. Urgente!!!
Daniel Andriotti
daniel.andriotti67@gmail.com
Publicado em 1/10/21