O Primeiro Livro do Ano

Em matéria de leitura interessante, comecei este novo ano com o pé direito, como diziam os supersticiosos de outros tempos. Em adorável coincidência, ao procurar um livro para presentear, eis que encontro “Zonas Azuis”, escrito por Dan Buettner, da National Geographic Society, cujo tema me despertou grande interesse, há cerca de uma década, através de reportagens.

O nome do livro se deve ao fato dos pesquisadores terem enlaçado, com caneta azul, as cinco localidades no Mapa-múndi e, ao se referirem a elas, usarem o termo “zonas azuis”.

Estou adorando a leitura. Todas as manhãs, dedico-me a um capítulo, pesquiso sobre os lugares citados e possíveis novidades científicas feitas depois da tradução do livro para o nosso idioma materno. E releio a coluna que escrevi sobre o tema, publicada há mais de cinco anos neste espaço, que achei por bem divulgar mais uma vez.

Zonas Azuis

São cinco as regiões com as expectativas de vida mais altas do Planeta: as ilhas de Okinawa, no Japão; de Ikaria, na Grécia; e da Sardenha, na Itália; a cidade de Loma Linda, na Califórnia (Estados Unidos); e a Península de Nicoya, na Costa Rica.

Nestes tempos de melhorar a qualidade de vida, a notícia de que a média de duração da existência, nestas cinco regiões, ultrapassa os cem anos correu mundo, chamando a atenção da comunidade científica. E perguntas começaram a surgir a respeito da rotina dessas pessoas longevas, dos hábitos que têm em comum, morando tão distantes umas das outras. Resumindo, o segredo para viverem mais e melhor.

O pesquisador norte-americano Dan Buettner decidiu fazer um estudo para saber os motivos da velhice ser mais saudável e a vida, mais longa, nestes lugares especiais. Em vinte anos de intenso trabalho, descobriu, com apoio da National Geographic, que a semelhança dos cinco grupos está nos hábitos alimentares. A maior parte do que ingerem vêm de plantas, como folhas verdes, oleaginosas e grãos; não comem carboidratos processados, como bolos; apenas os não processados, como batatas e grão de trigo. Outras ações alimentares em comum surpreenderam o grupo de pesquisadores: ausência de leite de vaca e seus derivados, bem como de refrigerantes. Queijos, apenas os de cabra ou de ovelhas (pecorino). Pouquíssima carne vermelha, ovos e peixes. No prato, o que é produzido no local. Bebidas, as principais, são o vinho e a água. Mas o café também faz parte, pois é considerado antioxidante.

Dan Buettner, nas entrevistas sobre o livro “Zonas Azuis”, que ele escreveu a partir de estudos feitos nas cinco regiões com as expectativas de vida mais altas do Planeta, destaca outras ações em comum destas comunidades longevas: o sono tranquilo, o agradecimento a Deus, o corpo em movimento natural, a simplicidade e o preparo de refeições como era feito tempos atrás.

Em matéria de leitura interessante, comecei este novo ano com o pé direito, como diziam os supersticiosos de outros tempos. Meu primeiro livro de 2023 chama-se “Zonas Azuis”, escrito por Dan Buettner, da National Geographic Society. Recomendo a todos.

Cristina André

cristina.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 13/1/23