O fim está próximo

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Calma, leitores. Esse título é do bem.

Há exatos três anos a existência humana na terra passou a ser questionada. Absolutamente tudo mudou. Aquela velha rotina, da qual muitas vezes reclamávamos, ficou perdida em algum lugar. A fobia social esvaziou as ruas, os restaurantes, os clubes, os bares, as academias, os shoppings, as empresas…. E muitos deles não abriram mais.

Os lugares onde víamos muita gente reunida desde aquele fatídico março de 2020 eram as farmácias e, infelizmente, os hospitais. Nem as capelas mortuárias, muito requisitadas naquele momento, podiam aglomerar as pessoas tristes e chorosas. Teve, é claro, o bloco dos ‘sem noção’ que frequentava os supermercados para fazer um estoque de… papel higiênico. Não havia necessidade. A expressão de sobrevivência era clausura e readaptação.

O grande desafio dos últimos dois anos foi o de manter a saúde… mental. Para piorar, as pessoas que se preservaram para não se contaminarem com o vírus, passaram a se ‘auto medicar’ de más notícias. Foram infectadas pelo pânico provocado com o excesso de mensagens via WhatsApp. Áudios e vídeos alarmantes que serviram para nada a não ser para tirar a paz dos mais ingênuos. Os ‘especialistas’ não fizeram quarentena na hora de enviar um bombardeio de bobagens. Principalmente sobre as tragédias.

É natural que, num estado de calamidade, as pessoas cultivem a tendência de cair em tentação e olhar sempre para o lado negativo das coisas. Somos pessimistas por natureza mesmo sabendo que o medo derruba a nossa imunidade. Sofremos de uma grande incapacidade de discutir, de forma equilibrada, as nossas mazelas. Tanto nas questões pessoais, quanto nas coletivas. A imprensa, de um modo geral, explora isso e nos convida a ir por esse caminho. E a gente tem por costume se apegar naquilo que nos mete medo. Portanto, nunca se fez tão necessário o ‘filtro’ da enxurrada de informações que recebíamos enquanto o mundo agonizava. Isso ainda inclui o que se lê, o que se vê e o que se ouve.

Parece que o sofrimento da Covid está chegando ao fim. Sofrimento para os que sobreviveram. Para quem perdeu parentes e amigos, ele será eterno. Tudo o que vivemos foi um remédio extremamente amargo. A vacina demorou, mas veio. E salvou quem ficou. Hoje, os números nos mostram que a média diária de mortes por Covid no Brasil – nos últimos 7 dias – é de 173 pessoas. Ainda é muita gente, lógico. Mas há exatamente um ano, dia 6 de abril de 2021, esse número era de 4.211 brasileiros. Num único dia…

Agora temos dois caminhos: viver sob intensos cuidados – porque risco zero nunca existiu – ou, sucumbir ao medo, como se pudéssemos ficar entocados para todo o sempre até o dia que nenhuma pessoa for a óbito por Covid. Não dá, né? É hora de ‘voltarmos a funcionar’, pensando e agindo com serenidade, precaução e coerência, fugindo da letargia e espantando o medo. Principalmente, das fake news. E retomando aos poucos aquele abraço, ainda de máscara e aquele aperto de mão, cuja palma em seguida deverá ser besuntada de álcool gel.

 

* * *

Neste final de semana inicia mais um campeonato brasileiro de futebol. O Rio Grande do Sul, que no último ano teve três equipes na série A, dessa vez terá só duas. O Grêmio, pela terceira vez na sua história não estará na elite do torneio.

Cair é fácil, subir de volta, nem tanto. São inúmeras variantes no meio desse caminho mas que quase todas são resolvidas com…. dinheiro. E esse, torna-se bem escasso na série B. O Inter parece que não entendeu. Está com todos os sintomas de ‘segundite’. Louco para fazer companhia ao arqui-rival no ano que vem, caso o imortal tricolor não regresse…

 

Daniel Andriotti

Publicado em 8/4/22

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