Ao ingressar na Cidade pelo acesso da BR-116, logo percebi que havia uma mudança importante no ambiente. Um pórtico bacana dava as boas-vindas. A Avenida Nestor de Moura Jardim tinha pavimento perfeito e iluminação em LED; coisa de primeiro mundo. A via estava arborizada, com plantas corretas, sem cobrir as fachadas dos prédios, que estavam todos bem conservados. Em paralelo à Avenida, uma ciclovia na cor de telha e o passeio público uniforme com pedras (Pavi Sete) entrecortado por canteiros com folhagens e flores.
– Opa! Estou mesmo em Guaíba? Me questionei, sussurrando, enquanto seguia em direção ao Centro, absorvendo a surpresa positiva. Os prédios, além de conservados e pintados com diferentes cores, tinham suas fachadas iluminadas. Havia capricho e harmonia no ambiente urbano.
A Cidade estava iluminada, o que me fez lembrar que vivíamos na penumbra sem nos darmos conta disso. Tudo muito limpo. Semáforos funcionando.
A Rua 20 de Setembro mantinha a harmonia, bem diferente daquele cenário apagado, com arcos emoldurando a feiura, misturados com emaranhado de fios e cabos ligando os postes. Agora, a fiação era pouco visível, tudo muito organizado e reto.
Quando dobrei na Rua São José, senti que a Aldeia havia mesmo avançado alguns anos. Um corredor iluminado, cortando lojas com fachadas e letreiros coloridos e reluzentes; vitrinas acesas exibindo produtos bacanas. Não havia rede de energia e telefonia aérea, o que indicava uma estrutura subterrânea.
O cenário seguia perfeito, com pavimentação padrão impecável, calçadas lisas e uniformes, canteiros, arborização e mobiliário urbano com manutenção em dia; não se percebia qualquer papel no chão. Conferi atentamente para me certificar que as pessoas não eram japonesas.
Na Rua Cônego Scherer, um calçadão cortado por uma via estreita. Passeios largos com floreiras, bancos, iluminação baixa por meio de luminárias de metal trabalhado; toque de profissional da arquitetura. As pessoas caminhavam, conversavam em pequenos grupos e tomavam sorvete sentadas nos bancos separados por canteiros; um cenário que rivalizava com os de Gramado.
A esta altura, eu já estava boquiaberto, encantado com as mudanças, com a beleza e a organização da Cidade. Quando cheguei na Beira, tive certeza de que algo superior havia acontecido na Aldeia.
A iluminação e o Calçadão se harmonizavam com o passeio público no lado oposto, os restaurantes e bares contavam com decks avançando sobre as calçadas, tudo muito bem-feito, de bom gosto, com floreiras. Tinha um toque profissional no cenário. As pessoas caminhando e sentadas nos estabelecimentos davam vida à cena.
As ruas estavam todas sinalizadas, tanto em relação ao trânsito quando à identificação das vias. Percebi que na esquina havia uma placa indicando “Caminho Gastronômico de Guaíba”. Pensa num lugar bacana.
O prédio do ex-mercado público estava finalmente revitalizado, havia se transformado num espaço de cultura e lazer. Na parte central, uma praça de alimentação descolada. Um espaço que mantinha os traços do passado histórico com o estilo moderno em perfeita harmonia. Percebi que havia música ao vivo no local, então decidi parar para curtir aquele ambiente que eu tanto esperava encontrar na Cidade.
Eu estava embasbacado diante de tanta beleza quando senti uma cutucada no braço.
– Acorda amor, temos que ir ao super… Era a Cris, me chamando.
– Tu estavas sorrindo enquanto dormia, observou. Por onde andavas?
Sem Semáforos
Há pelo menos seis meses, motoristas e pedestres de Guaíba vivem um drama no trânsito, considerando que praticamente todos os semáforos da Aldeia estão estragados. A confusão e o risco de acidentes são grandes.
Essa semana, voltei a questionar a Prefeitura sobre quando será resolvido o problema. A resposta veio repetida: “Foi feita a licitação e alguns itens restaram desertos, inviabilizando o prosseguimento. Em virtude disso, está sendo realizado novo TR, que se encontra em fase final, para realizar a troca de todas as sinaleiras da cidade”. Enquanto isso, salve-se quem puder.
O Desafio do Guaibaprev
O Instituto de Previdência dos Servidores de Guaíba completou 20 anos (ver matéria nesta edição). O Guaibaprev está se profissionalizando e o grande desafio é enfrentar o déficit atuarial.
Regimento Interno da Câmara
Com 20 anos de atraso, a Câmara Municipal de Guaíba começa a promover uma atualização necessária no seu Regimento Interno. Com o passar dos anos, as normas que definem o funcionamento da Casa se tornaram uma colcha de retalhos, o que prejudica o trabalho do Legislativo.
Espera-se que os vereadores cheguem a um entendimento coletivo rápido e que o novo Regimento seja aprovado em breve. Ver matéria nesta edição (ao lado).
Assembleias dos Sindicatos
Os sindicatos do municipários (Sindiguaíba) e dos professores (SPMG) de Guaíba realizam assembleias nos dias 13 e 15 de janeiro, respectivamente, para debaterem sobre reajuste de salários. O clima é tenso.
A Lagoa do Peixe secou
No ano passado, estive na Lagoa do Peixe, nos municípios de Mostardas e Tavares, realizando a Reportagem “Mar de Dentro”, que apresentamos em série na Gazeta Centro-Sul. Um lugar encantador, de natureza espetacular, que acolhe pássaros migratórios de várias partes do Mundo. No entanto, a água, que já estava baixa em 2022, agora secou e o local virou num deserto, com muitos animais mortos. Muito triste. Isso é efeito das mudanças climáticas no Planeta. Infelizmente, o problema se agrava porque este tema tem sido tratado de forma ideológica e não científica, como deveria.
Leandro André
leandro.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 10/2/23
O sonho é o início da realidade : )