Acordo cedo, tomo café da manhã refletindo sobre a realidade política da cidade onde vivo, do Estado e do País. Penso nos candidatos em que irei votar e como anda o desenvolvendo da comunidade; nas falhas e nos acertos.
Depois deste café reflexivo, sigo em direção ao Instituto Gomes Jardim para cumprir meu dever cívico, que levo muito a sério. Após os blim-blim-blim da urna, converso com conhecidos e leitores na porta da escola e sigo em frente para observar o movimento na cidade; percorro todos os bairros, atento à movimentação. Faço pequenas paradas para me informar sobre o andamento da votação.
Há alguns anos, ao chegar num cruzamento na Cohab, onde havia dezenas de pessoas embandeiradas, decidi fazer uma brincadeira. Abri a janela do carro e anunciei em voz alta que estava indeciso. Opa! Uma multidão de cabos eleitorais veio em minha direção atirando fardos de santinhos através da janela do carro. Um alvoroço maior do que o sorteio aéreo do Baú da Felicidade. Calma, implorei inutilmente, fechando o vidro. Quando olhei para trás, minha filha com três anos de idade chorava assustada no meio de um monte de panfletos.
Sempre lembro daquela cena dramática. Hoje, percebo que foi uma atitude infantil, coisa de pai novo, sem noção, justifico pra mim mesmo.
Conto esta história para ressaltar o quanto eleições mexem com as pessoas e seus interesses. Sequer dá pra brincar de indeciso.
Todos sabem
Poucos eleitores chegam indecisos no dia da votação, principalmente nas eleições municipais. Quem mora e vive na cidade onde vota sabe quem é quem, o que fez e o que deixou de fazer. Conhecemos as qualidades e os defeitos dos candidatos, sabemos de suas capacidades ou da falta delas; não existe iludido nesta história.
Há quem vote por interesse, por ideologia, por obrigação; tem voto comprado e voto consciente; são muitos tipos de votos. No entanto, em eleições municipais, dificilmente alguém vota enganado, exceto se for muito alienado.
Capa da Gazeta
Na edição da semana passada e desta, existe uma grande quantidade de propaganda eleitoral paga na capa da Gazeta Centro-Sul. Isso geralmente acontece nas últimas semanas antes das eleições, quando os candidatos buscam maior visibilidade. Num primeiro momento, essa quantidade massiva de anúncios pode parecer exagero comercial, mas não é.
Primeiro, é importante ressaltar que a Gazeta Centro-Sul não faz promoção ou campanha para atrair este tipo de propaganda. Nestes períodos, é criada uma tabela com tamanhos e valores dos anúncios e enviada para os candidatos quando eles solicitam. A procura por espaço na capa nas duas últimas edições antes da votação é muito grande, sendo que vários candidatos não conseguem pela limitação do espaço.
Segundo, é relevante destacar que a grande quantidade de propaganda eleitoral é uma demonstração de transparência do Jornal em relação a sua fonte de receita, tudo de acordo com a legislação.
Faço estes esclarecimentos porque confesso que eu mesmo me surpreendo com tantos anúncios ocupando quase toda a capa da Gazeta. Mas fico feliz em ver materializado o respeito pelo nosso trabalho imparcial nestes 31 anos de circulação ininterrupta.
A Olifeira em Guaíba
De 17 a 20 de outubro, será realizada a terceira edição da Olifeira no Centro de Guaíba. De acordo com os organizadores, serão mais de 30 expositores de azeite de oliva. O evento se propõe a incentivar plantio, cultivo e consumo do produto.
Há quem questione a realização desta Feira em Guaíba, considerando que o Município não é um grande produtor de azeitonas e derivados. Entretanto, eu entendo o argumento de que estamos na porta de entrada da Região que se destaca neste setor no RS. Além do mais, trata-se de um evento que dá grande visibilidade para Guaíba e movimenta a economia local.
Claro que quando vejo parte da Beira destruída e o Caisinho em ruínas, devido à catástrofe climática de maio, fico constrangido. Então, espero que a Prefeitura tenha o bom senso de melhorar o ambiente no cartão postal da Cidade para receber os visitantes.
Leandro André
Publicado em 4/10/24
