São constantes as críticas dos brasileiros em relação aos serviços públicos nas áreas de Saúde, Segurança, Educação e Transporte, considerando a precariedade e a dissonância com a elevada carga tributária em vigor no País. Isso acontece porque, em geral, as administrações municipais, estaduais e federal trabalham com estruturas inchadas e usam mal o dinheiro público. Para mudar este quadro, é imprescindível um controle efetivo da sociedade, que é quem paga a conta.
A Gazeta Centro-Sul tem destacado, ao longo dos seus 29 anos de circulação, a importância do exercício da cidadania para garantir uma gestão pública eficiente. É preciso que a sociedade, por meio de suas lideranças, se mantenha vigilante, propondo ações, acompanhando a execução de projetos, denunciando irregularidades e cobrando o cumprimento de deveres dos gestores públicos.
No Brasil, a reação da população contra o mau uso do dinheiro público começou a ganhar corpo na Operação Lava-jato, mas avança em passos lentos. Muitos ainda se mantêm na posição cômoda da arquibancada, assistindo ao jogo político, outros tomam partido de forma passional.
A queixa e o apontamento de culpados são válidos no processo de politização da população, mas isso não basta para promover mudanças efetivas; é preciso fiscalização constante, pressionando os gestores públicos a trabalharem em prol da coletividade e não de grupos especiais. Países que adotam este sistema de controle da sociedade registram melhor qualidade de vida da população.
Na democracia, a classe política é eleita pelo povo. Isso significa que os políticos são escolhidos pela maioria dos eleitores. Muitas vezes, percebe-se que as críticas ignoram esta realidade, passando a impressão de que os representantes surgem no cenário por meio de mágica. A distorção fortalece o clichê que denigre a política partidária. Essa lógica acaba afastando os bons da política.
Está na hora de a sociedade brasileira sair da posição cômoda da arquibancada e passar a jogar junto, exigindo gestões eficientes, que promovam o bem-estar da população. As lideranças, por meio das instituições, têm este papel a cumprir.
Publicado em 4/2/22