Na terça-feira, 19 de novembro, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou mais uma fase da Operação Dilúvio Moral, em combate a fraudes praticadas durante o período de calamidade pública das enchentes que assolaram o RS no mês de maio.
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e outros três de busca e apreensão em Olinda/PE, Belo Horizonte/MG e Feira de Santana/BA, contando com apoio operacional da Polícia Civil de Pernambuco, da Polícia Civil de Minas Gerais, e da Polícia Civil da Bahia. Três pessoas foram presas, uma em cada Estado.
Como funcionava a fraude
A fraude consistiu na criação de uma página na internet, simulando ser oficial do Governo do RS, alarmando a população de que se estaria diante do maior desastre da história do Estado.
A partir de então, a página redirecionava os usuários para uma nova página falsa, desta vez simulando o website “Vakinha”, em que se divulgava uma suposta campanha de arrecadação de doações. A página, inclusive, era impulsionada pelas redes sociais, a fim de atingir o maior número possível de pessoas.
Na página simulada, era divulgado um QR Code, que permitiria o pagamento via Pix. A partir de então, o valor da suposta contribuição era redirecionado para um gateway de pagamentos, que repassava o valor para o local indicado pelos golpistas.
Investigação
Uma vez identificada a fraude, a Força-tarefa agiu imediatamente para retirada do ar e bloqueio dos valores arrecadados através da falsa página do website “Vakinha”, além do bloqueio de todas as contas bancárias vinculadas ao CPF e aos CNPJs dos investigados.
Na sequência, a Polícia buscou através de ferramentas tecnológicas de investigação a identificação e responsabilização dos suspeitos, chegando a um casal de Olinda/PE, que seriam os principais articuladores da fraude, e a uma mulher residente em Belo Horizonte/MG, que seria a responsável por fornecer os dados pessoais para abertura de contas utilizadas pelos investigados para recebimento dos valores oriundos dos golpes. Também foram cumpridos mandados em Feira de Santana/BA.
Com todo o conjunto probatório obtido na investigação, somados aos objetos eletrônicos apreendidos durante a Operação, as investigações seguirão no sentido de buscar outros elementos de prova e também eventuais novos integrantes do grupo.
Combate à lavagem de dinheiro de organização criminosa
Guaíba está entre as cidades onde foram cumpridas ordens judiciais
A Polícia Civil do RS deflagrou a Operação Riciclaggio na manhã de terça-feira, 19 de novembro. O objetivo da ação, que tem o apoio da Brigada Militar, é investigar grupo criminoso suspeito de lavar dinheiro de organização criminosa situada em Porto Alegre, sendo uma das possíveis responsáveis por conflitos recentes que resultaram em homicídios na Capital.
Foram cumpridas 125 ordens judiciais nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas, Alvorada e Guaíba. Quatro pessoas foram presas. Armas de fogo, incluindo dois fuzis, foram apreendidas, além de dinheiro.
Dentre as ordens judiciais, estão mandados de busca e apreensão, apreensões de veículos, sequestro de um imóvel, além de bloqueios de contas bancárias, indisponibilidades de bens imóveis e afastamentos de sigilo e bancário fiscal de 15 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas.
Segundo o delegado Marcus Viafore, na investigação foi apurado que dois irmãos envolvidos com o tráfico de drogas, e um deles com um delito de homicídio, estavam adquirindo diversos automóveis em nomes de laranjas e um imóvel. Ainda, este último, teria sido adquirido por meio de uma empresa de reciclagem, a qual teria efetuado os pagamentos ao vendedor do bem. Ainda, há outras pessoas jurídicas investigadas usadas supostamente para branquear o capital.
“Cabe salientar que não há renda aparentemente lícita por parte dos investigados que justificasse o aumento patrimonial. Apenas para citar como exemplo, um dos investigados, o líder do grupo, estava preso pelo período de 9 anos, tendo obtido a liberdade no ano de 2020”, ressaltou Viafore.
De acordo com dados preliminares, as medidas judiciais executadas no dia 19 já congelaram o total de R$ 1,1 milhão. São investigadas movimentações financeiras suspeitas, ocorridas entre dezembro de 2021 até 2024, no montante aproximado de R$ 9,2 milhões.
Conforme o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mario Souza, a repressão ao crime de lavagem de dinheiro visa enfraquecer o poderio financeiro das organizações criminosas, justamente para evitar que essas usem o dinheiro ilícito para financiar a prática de homicídios.
Nomes não foram divulgados, tendo em vista que a legislação proíbe a identificação dos envolvidos antes do processo transitado em julgado.
Acidente com Fiação Solta nas Ruas de Guaíba
Há muitos anos, a Gazeta Centro-Sul vem cobrando das autoridades ação para solucionar a situação da fiação nas vias públicas de Guaíba. Fios e cabos das redes de energia elétrica e telefonia, além de emaranhados nos postes, em vários pontos estão soltos, gerando riscos de acidentes à população.
Na manhã de sexta-feira, 15 de novembro, um motociclista quase foi degolado por fios soltos na Rua Arroio dos Ratos, no Bairro Columbia City em Guaíba. Ele estava trafegando de moto quando sentiu o fio no pescoço que o fez cair da moto e ficar com um corte profundo. Além do corte no pescoço, ficou com ferimentos nos braços e pernas.
“Por pouco não fui degolado”, ressaltou o motociclista em depoimento à Gazeta Centro-Sul. Ele disse que não fez registro policial, pois não confia que algo seja feito, considerando o descaso das autoridades com esta situação que já persiste há vários anos.
Desta vez, não houve vítima fatal devido a negligência em relação a fiação nas vias públicas de Guaíba. Entretanto, fica o alerta para uma provável tragédia anunciada se nada for feito para resolver este grave problema que afeta a mobilidade urbana no Município.
Divulgação/PCRS
Publicado em 22/11/24