Estamos mais uma vez celebrando a Revolução Farroupilha, momento oportuno para refletirmos sobre o legado deste evento histórico que tanto emociona os gaúchos. E, neste contexto, buscando reafirmar o aprendizado que a saga farrapa deixou, é preciso entender o que a motivou.
A centralização da riqueza de tudo o que é produzido nos Estados do Brasil, por meio de seus municípios, é uma triste realidade que se mantém, apesar do desequilíbrio social que isso gera em todos os cantos do País. O dinheiro dos impostos vai para a Capital Federal e volta minguado. Fica pelo meio do caminho, perdendo-se nos labirintos da burocracia, nos ralos da gestão ineficiente, escorrendo pelas tantas frestas da corrupção.
No Século 19, os estancieiros rio-grandenses se indignaram com essa situação injusta de centralização do dinheiro e decidiram lutar contra o Império, iniciando uma guerra que durou dez anos. Foi uma luta dura, movida pela bravura dos farroupilhas.
A guerra não terminou com a vitória dos valentes revolucionários, mas deixou uma importante mensagem: os heróis do passado mostraram que devemos nos indignar contra as injustiças e lutar por avanços que proporcionem melhor qualidade de vida para a população. Sim, este foi o principal ensinamento que ficou da Revolução Farroupilha. Isso não significa que tenhamos que pegar em armas, como aconteceu no Século 19, mas que devemos lutar sempre por justiça social, tendo o voto consciente como a principal arma.
O que os gaúchos comemoram, todos os anos, nestes dias de setembro que antecedem a primavera, é o espírito guerreiro dos farroupilhas. Espera-se que esta comemoração se reverta em ações políticas capazes de promover a descentralização da riqueza e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.
Publicado em 16/9/22