Medalha, medalha, medalha…

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A frase acima é do Mutley, o cão rabugento do Dick Vigarista, ambos personagens do antológico desenho “A Corrida Maluca”. Mas poderia ser de Rebeca Andrade…

O Brasil é o país do futebol, certo?

Errado!!! E faz tempo que não é mais. Tanto que nesses jogos olímpicos a nossa ‘gloriosa seleção canarinho’ foi constrangedoramente eliminada nas eliminatórias. Ou seja: nem foi à Paris. Mas alto lá para uma correção: o Brasil pode ser – ainda – o país do futebol feminino, porque no momento em que escrevo essas mal traçadas linhas, recém havíamos ‘patrolado’ a Espanha por 4 a 2. E com autoridade porque as espanholas são as atuais campeãs do mundo. Com isso, carimbamos o nosso passaporte rumo ao ouro, contra os Estados Unidos.

Mas dentre os esportes coletivos, não é só no futebol que as mulheres nos trazem aquele fio de esperança que pode sustentar novas medalhas no peito: as gurias do nosso voleibol também devem subir ao pódio. No entanto, precisamos reconhecer que os esportes em que nossos atletas estão protagonistas nesse momento são outros: a marcha atlética, o surf, o skate, o judô. Mas a glória do momento, mesmo, é a ginástica artística. Desde Montreal, em 1976, quando a romena Nádia Comaneci obteve uma pontuação perfeita de 10.0 em sua rotina nas barras assimétricas durante a competição por equipes, não víamos uma disputa tão acirrada entre ginastas dessa modalidade. Um pódio formado por três gigantes e estrelas negras. E uma delas é brasileira: Rebeca Andrade, a atleta com mais medalhas olímpicas da história desse velho e surrado Brasil, onde o investimento em atletas de alta performance é quase zero.

 

* * *

Algumas curiosidades sobre a França, país cuja capital está sediando os jogos olímpicos deste ano. O suntuoso Palácio de Versailles, hoje subúrbio de Paris, não tinha banheiros. Isso porque, na Idade Média os excrementos humanos eram despejados pelas janelas do palácio – podendo inclusive ‘contemplar’ algum infeliz que estivesse passando pelo local. Logo, os imensos e belos jardins do château eram utilizados como vaso sanitário.

Nos filmes e documentários, vemos os nobres daquela época sendo abanados por enormes leques. E quem os abanava? Os ‘lacaios’, serviçais sem muita dignidade que se submetiam a esse tipo de favor em troca de algum benefício. Amenizar o calor excessivo??? Não. A explicação está no mau cheiro que exalava por debaixo das saias (feitas propositalmente para conter a ‘murrinha’ das partes íntimas sem higiene).

Outra: naquele tempo a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio. Assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era ‘tolerável’. Entretanto, como alguns odores ‘já começavam’ a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo para disfarçar o mau cheiro. Nesse parágrafo você acaba de descobrir duas coisas: por quê maio é ‘o mês das noivas’ e a origem do buquê de noiva. E o mais óbvio: por que o perfume francês é o melhor, mais famoso – e por isso o mais caro – do mundo?

Você deve estar pensando: ‘como vivi até hoje sem saber de tudo isso?’. Sem traumas. O importante é algumas medalhas no peito.

Daniel Andriotti

Publicado em 9/8/24

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