Minha formação na área das ciências chamadas exatas me ensinou a exercitar o raciocínio lógico em situações reais ou simples conjecturas, e isso se tornou um hábito de vida. É assim que procuro compreender os atuais acontecimentos políticos e sociais do Brasil, tentando identificar suas razões, enquadrando-os nas linhas de pensamento e das ações da Matemática, da Política e do Direito.
Aprendi muito bem, pelos estudos científicos e com a observação empírica, que para resolver um problema são necessárias algumas etapas básicas, nesta ordem: primeiro, é preciso identificá-lo, saber realmente do que se trata. Cumprida essa tarefa inicial, é hora de construir uma estratégia adequada para aquele tipo de situação, colocá-la em prática até chegar a um resultado. E antes de dar como resolvido o problema, deve entrar em cena aquela que será a verdadeira etapa final, a verificação. Testar a resposta encontrada e ver se realmente serve para concluir o processo. Pois, se a prova-real do resultado não funcionar, a ordem é refazer tudo, desde o início.
Mas não é fácil firmar parceria entre essa metodologia e o que aprendi na escola sobre os três poderes constituídos no País – Executivo, Legislativo e Judiciário, cada um com suas prerrogativas – executar, legislar e julgar com autonomia e independência dos outros. Observo que falta lógica em boa parte das interferências que têm acontecido, em favor ou contrárias a manifestações críticas de pessoas comuns, de comunicadores e jornalistas, de parlamentares eleitos e já empossados, de advogados e professores com renomado saber, e até mesmo de humoristas. Decisões parecem ferir o Direito que embasa a Constituição Federal, deixando a impressão de que tudo acontece de acordo com as preferências partidárias dos acusados e dos acusadores.
De repente, uma sensação de insegurança começa a tomar conta da cidadania brasileira, que tem liberdade de expressão garantida nos escritos da Lei Maior, em livros, versos e discursos políticos, não mais na prática.
Formada nas ciências ditas exatas, cultivei o hábito de exercitar o raciocínio lógico em situações reais ou simples conjecturas. Hoje, procuro identificar as razões dos acontecimentos políticos e sociais do Brasil e não consigo enquadrá-los no pensamento matemático, tampouco nos belos discursos políticos e nas quatro linhas do Direito.
E como aprendi muito bem, para resolver um problema é necessário identificá-lo, saber realmente do que se trata. Depois, construir uma estratégia adequada para a situação, colocá-la em prática até chegar a um resultado. Por fim, fazer a verificação, porque, se o resultado não funcionar, a ordem é refazer tudo, desde o início.
Cristina André
cristina.andre.gazeta@gmail.com
Publicado em 30/6/23
Obrigado por esse post, muito bom o seu conteúdo,
inclusive vou voltar aqui mais vezes 🙂