Leis da Vida

0
COMPARTILHAMENTOS
41
VISUALIZAÇÕES

Tenho pensado seriamente em escrever um livro sobre certas teorias minhas a respeito de comportamento. Não um livro de ficção ou de autoajuda, mas de leis da vida às quais cheguei através de constatações empíricas. Então, vejamos.

1ª) A felicidade somente chega na vida de quem já é feliz naturalmente.

Descobri essa máxima pela simples observação cotidiana de certas criaturas rabugentas de hábito, que sentem prazer em fechar a cara, andam mundo afora sintonizadas com as maledicências. Perto delas, a alegria parece constrangida, com receio de chegar; por segurança, prefere manter-se à distância.

Em contrapartida, há outras que vivem em constante harmonia com a própria existência, enxergando o lado bom de tudo que acontece, carregando desmedida felicidade que está em seus corações desde sempre. Aceitam o milagre da vida, estas que andam de mãos dadas com ela, sem resmungos, distribuindo sorrisos e boas palavras. Em suas portas, a felicidade costuma bater com frequência, livre de medos.

2ª) As pessoas que só sabem se divertir depois do trabalho jamais conseguirão se divertir verdadeiramente.

Percebi, depois de muitos anos trabalhando com entusiasmo, que o lazer precisa estar presente também nos momentos de labuta, pois é imprescindível que as tarefas diárias nos tragam satisfação, pura e simplesmente por sua realização. Do contrário, passaremos o tempo todo em estado de sofrimento, tentando nos livrar delas com o intuito de encontrar alegria longe dali. E, sejamos francos, isso jamais acontecerá dessa forma.

3ª) Se duas criaturas formam um casal por longo tempo, é impossível que sejam completamente diferentes um do outro em certos aspectos da personalidade.

Esta tese minha é sobre casamentos: um homem por demais caprichoso, por exemplo, nunca permanecerá ao lado de uma mulher relaxada, e vice-versa. Uma fofoqueira de carteirinha não aguentará conviver por anos a fio com um companheiro discreto, que não tece comentários levianos da vida alheia. Um homem malvado e sovina jamais ficará bem próximo de uma mulher que não mede esforços para socializar o bem. Assim, se um é boa pessoa, é certo que seu par, em parte, também o será; se for má, a lei também se cumprirá.

4ª) Ninguém receberá de outra pessoa sentimentos e atitudes que já não lhe sejam condizentes.

Muitas pessoas passam a vida esperando por um grande amor sem jamais tê-lo sentido por alguém; queixam-se da falsidade alheia, da falta de amigos verdadeiros, sem perceberem que talvez nunca tenham sido amigos sinceros e leais. Há também os que são manipuladores e querem confiança em troca; os que atacam com frases e gestos grotescos e se põem a esperar poesias e ternura. Verdade seja dita, cada um de nós receberá aquilo que nos dispusermos a doar.

5ª) Jamais compre brigas pequenas, elas podem acabar com grandes amores e amizades antigas.

Há gente que leva tudo a ponta-de-faca, discute até a exaustão por qualquer coisa; e acaba se afastando de quem realmente lhe quer bem. Por isso se faz necessário fugir de discussões acaloradas sobre crenças particulares e religião, das quais todos sairão como perdedores. E jamais ficar defendendo com unhas-e-dentes certas lideranças políticas em benefício de outras, pois poderá se surpreender, daqui a algum tempo, vendo-as abraçadas feito velhos e bons amigos.

Tenho algumas teorias do cotidiano, penso até em escrever um livro sobre elas, contar a que conclusões cheguei com o tempo e a observação de comportamentos que se repetem. Não será de ficção nem de autoajuda, apenas a respeito das leis da vida, às quais tomei conhecimento através de constatações empíricas.

 

Cristina André

cristina.andre.gazeta@gmail.com

Publicado em 03/12/21

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *