Numa bela manhã do quase imperceptível inverno de Brasília, o presidente Lula acorda com uma ideia na cabeça: vou criar um incentivo para o povo brasileiro comprar um carro popular. Imediatamente chama o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que concorda com o chefe ressaltando o brilhantismo da ideia. Detalhe número 1: o carro popular mais barato no Brasil de hoje custa R$ 120 mil reais. Detalhe número 2: segundo o IBGE, 90% da população ativa brasileira ganha – bruto – até R$ 3,5 mil por mês. Quem, de sã consciência, olhando para um contracheque de R$ 3,5 mil reais, ainda sem os devidos descontos de INSS, contribuição sindical e Imposto de Renda (sim, quem ganha R$ 3,5 mil por mês também paga imposto de renda) vai entrar numa revenda e comprar um ‘carro popular’ zero quilômetro de R$ 120 mil reais???
“A gente faz assim”, ensina Lula ao seu ministro, ignorando o cobertor curto da economia brasileira: “em algumas semanas, nós drenamos meio bilhão de reais antecipando aquela retomada da cobrança de impostos sobre o óleo diesel, Pis e Cofins que só estava prevista para janeiro de 2024. Com isso, poderemos custear ‘a volta dos carros populares’. Moral da história: Com 90% da população ganhando abaixo de 2,6 salários mínimos, Lula conseguiu subsidiar carro zero para… os 10% mais ricos. Em nenhum momento, falou em reduzir o imposto dos carros, dinheiro esse que é a parcela do governo na ‘sociedade’ que tem com absolutamente todo o setor produtivo. O Kwid, por exemplo, da Renault, é atualmente o carro zero mais barato fabricado por aqui: R$ 62.010,00. Sobre esse veículo incide uma carga tributária de 40%. Ou seja: R$ 24,8 mil vão para os cofres públicos que o governo, é claro, não abre mão. Sem ele, o veículo custaria R$ 37,2 mil.
Mas ainda tem pior: o governo também quer que seja ampliado o prazo de pagamento para os automóveis. “Nós, os pobres”, disse Lula – que de pobre não tem mais nada há muito tempo – “olhamos para a prestação que vai caber no nosso orçamento mensal. Não queremos saber se, lá na frente, pagaremos o valor de dois ou três carros…”, apoiando, disfarçada e sorrateiramente, a alta taxa de juros. E quem ganha com isso? O famigerado sistema bancário.
Assim, o presidente Lula parece propor que a gente assista de novo a um pouco mais do mesmo: um filme cujo final já sabemos… não será feliz.
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Dia 13 foi o dia dele. Desse tal de Rock’n Roll. A “tia” Rita Lee já dizia: “é um menino tão sabido, doutor, ele quer modificar o mundo…”. A data foi escolhida em homenagem ao Live Aid, megaevento em prol das vítimas da fome na Etiópia que aconteceu simultaneamente em 13 de julho de 1985 nos EUA e na Inglaterra. Um desejo expressado por Phil Collins de que aquele fosse considerado o “Dia Mundial do Rock” porque lá estavam artistas do peso de Queen, Mick Jagger, Keith Richards, Ron Wood, Elton John, Paul McCartney, David Bowie, U2 entre outros.
Mas para prevalecer o contraditório também no mundo, o “Dia Mundial do Rock” de 13 de julho só é comemorado no Brasil. Por ser uma data definida ‘arbitrariamente e sem o respaldo de outros países’, especialistas em música contestam a escolha. Sugerem outras datas que seriam mais significativas para a história do rock. Mais uma pérola para o rol da absoluta perda de tempo com bobagens!!!
Daniel Andriotti
Publicado em 21/7/23