Conversando com um amigo sobre o incêndio do Supermercado Marques, em Guaíba, ele fez uma argumentação tão simples quanto fundamental, considerando a destruição total de um estabelecimento que prosperava e mantinha vários empregos: “Os proprietários irão precisar de muita força para se reerguerem”. Este é o ponto: conseguir força para se reerguer. Com o passar do tempo, a comoção e as ofertas de apoio vão enfraquecendo e ficam somente eles para recomeçar.
Outra questão que este caso do incêndio desperta é a nossa fragilidade diante da vida. De modo geral, em um momento estamos bem, com saúde e prosperando, mas em poucos minutos tudo pode mudar completamente, tanto em relação aos bens materiais quanto à saúde. Entendo que é relevante termos esta consciência para refletirmos sobre a importância de viver com simplicidade, em comunhão com a nossa comunidade, com a natureza e com Deus.
Morcegos Contaminados
Na semana passada, a Gazeta Centro-Sul publicou um alerta da Secretaria Municipal da Saúde sobre morcegos encontrados na zona urbana da Cidade que testaram positivo para a raiva. Com isso, as autoridades reforçam a necessidade de vacinação dos animais domésticos e que evitem contato com animais silvestres.
Eu acrescento que as autoridades devem agir para eliminar focos destes animais que se encontram em imóveis abandonados, como o prédio do Hospital Livramento e as casas na Beira, sob a responsabilidade da Santa Casa de Porto Alegre.
O poder público precisa fazer a sua parte além das recomendações. Contatos com a Vigilância Ambiental em Saúde pelos fones: 51.99483.9306 e 51.99484.7148.
Marketing do Valão Limpo
O Governo do Estado fez um estardalhaço para lançar o programa Desassorear RS. De acordo com a divulgação, o programa tem dois eixos: o primeiro, com ações de limpeza de valos e canais, que sempre foi de responsabilidade dos municípios; e o segundo, de responsabilidade do Estado, um pacote teórico, prevendo ações posteriores.
Quando o Estado fizer a sua parte, com ações efetivas para o desassoreamento de verdade, vamos divulgar.
Desde 2003, no Governo Olívio, está suspensa a extração de areia do Lago Guaíba, por decisão judicial, esperando a Fepam realizar zoneamento ecológico-econômico (ZEE). É preciso concluir este trabalho, regulamentando as práticas corretas de manejo, para liberar a mineração na Justiça.
Se houve irregularidades de empresas na extração de areia, deveriam apurar e punir os responsáveis e não suspender geral.
Já escrevi aqui na Coluna que o Guaíba se transformou num prato raso. Há mais de 20 anos o Lago Guaíba vem acumulando areia e sujeira que recebe de cinco rios, dificultando a vazão da água e facilitando o transbordamento. Depois da enchente de maio de 2024, formou-se uma enorme ilha de areia no Guaíba.
E quando se espera ações efetivas para mitigar o problema, que só aumenta há duas décadas, o Governo do RS lança um programa suave com marketing vultoso.
Os prefeitos da Região Metropolitana de Porto Alegre, membros da Granpal, se reuniram recentemente para debater o tema e solicitar ação do Governo do Estado. No entanto, se baterem palma para o tal “Desassorear RS” é porque a causa segue perdida.
Reforma Administrativa
O Governo Municipal de Guaíba enviou para a Câmara mais uma Reforma Administrativa. A estratégia de enviar em sessão extraordinária é para evitar que tranque, pois não existe a possibilidade de pedido de vistas: é votar a favor ou contra.
Tem polêmica em relação à criação de 168 cargos na Prefeitura, com protestos dos sindicatos. O Governo argumenta que se trata de adequações necessárias, considerando equipamentos que não existiam e que servidores efetivos estão inseridos nas mudanças.
Não tive tempo de analisar com profundidade. Portanto, me manifestarei na próxima semana. Resumo da bufa: entre os 168 novos cargos, certamente há um percentual para acomodar o comando de cabos eleitorais.
Leandro André
Publicado em 31/1/25