Essa semana, a Gazeta Centro-Sul recebeu grande quantidade de reclamações sobre o número insuficiente de médicos em Guaíba e, também, sobre a demora para atendimento no PA.
Leitora telefonou para a Redação do Jornal na quarta-feira, 11, indignada com o fato de Guaíba ser uma das cidades com maior arrecadação do RS e não ter médico clínico geral suficiente para atender a população. Segundo relatou, estava doente, com fortes sintomas de sinusite, e ao buscar informações por telefone sobre atendimento, foi informada que haveria hora com clínico geral somente após um mês.
“Estou doente, passando mal, como vou esperar um mês para ser atendida?”, questionou. Ela completou seu desabafo, ressaltando que não foi ao PA devido à superlotação.
O que diz a Prefeitura
Resposta encaminhada pela diretora Administrativa da Saúde, Ana Rodrigues, a respeito do PA.
“Um PA é uma unidade de cuidados primários que presta atendimentos iniciais a várias doenças, as quais após triagem e classificação de risco, e que podem ameaçar a vida, requer intervenção imediata. Assim como o PA de Guaíba em todos os PAs essa classificação de risco ocorre. Portanto, em dias de grande fluxo e de muitos atendimentos de urgência, sempre a prioridade é atender o risco maior à vida, ficando os casos classificados como baixo risco para atendimento posterior.
No dia 10 de maio, o PA teve muitas intercorrências urgentes. Chegou paciente com AVC Hemorrágico, que mobilizou dois médicos para atendimento; dos três pacientes em Sala Laranja, dois chegaram com IAM (Infarto Agudo Miocárdio), casos que requerem total mobilização da equipe médica e de enfermagem, além de que as salas amarelas estavam lotadas com pacientes que precisavam reavaliações a partir das primeiras intervenções.
Portanto, os pacientes classificados como verde e azul realmente ficam aguardando maior tempo até que os pacientes com risco de vida tivessem as devidas intervenções ou até transferência para hospitais referência para atendimento especializado na referida patologia, papel da Central de Leitos do Estado via sistema GERINT.
As equipes de qualquer PA precisam observar estes protocolos. A classificação de risco e seus tempos de espera se encontra exposta na Recepção do PA. A população precisa ter este entendimento dos tempos de espera e do funcionamento de um PA”, concluiu a diretora.
Sobre o número de médicos, segue Nota da Prefeitura
“A Secretaria Municipal de Saúde está empenhada na contratação de profissionais médicos para o Município desde março de 2021. Dos profissionais clínico geral, todos do concurso foram chamados e apenas um assumiu. Dos médicos de saúde da família, todos foram chamados e apenas dois assumiram.
Um processo seletivo emergencial foi realizado no ano de 2021 para médicos e apenas dois se candidataram, foram chamados, mas não assumiram as vagas.
Não havendo profissionais via concurso e processo seletivo temporário, a Secretaria realizou uma contratação emergencial de profissionais médicos, onde a empresa ainda não conseguiu colocar toda a carga horária solicitada para atender a alta demanda.
Já está tramitando a licitação para a contratação de mais médicos. Há uma posição do Governo Federal em disponibilizar profissionais do Programa Médicos pelo Brasil. E, para o segundo semestre, está programado o concurso para a contratação destes profissionais.”
Publicado em 13/5/22